Suíços não largam Salgado. "O dono disto tudo" regressa à CMVM para interrogatório
Porto Canal (DYG)
O antigo presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, volta à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para continuar a prestar esclarecimentos no âmbito da insolvência do Grupo Espírito Santo (GES), depois de estar presente durante esta quinta-feira.
Ricardo Salgado já se tinha deslocado esta quinta-feira à CMVM a ser interrogado, durante quase oito horas, pelo regulador suíço, mas na manhã desta sexta-feira regressou à comissão para continuar a responder a questões sobre a sua gestão no GES.
O ex-banqueiro, "na qualidade de ex-administrador não executivo do Banque Privée Espírito Santo (BPES), deslocou-se à CMVM a fim de colaborar, voluntariamente, com a entidade de regulação suíça (FINMA) no que se refere ao apuramento de factos relacionados com o BPES", afirma o seu advogado, Francisco Proença de Carvalho, em declarações à agência Lusa.
Este interrogatório, realizado na sequência de uma queixa-crime apresentada por um escritório de advogados na Suíça, pretende apurar a responsabilidade do banqueiro português enquanto administrador do banco privée, uma das vítimas da falência de várias holdings do grupo e a primeira entidade do GES a colapsar.
Para além de Ricardo Salgado, o regulador suíço pretende ouvir outros ex-administradores do BES e do GES.
Após falência, o BES já sofreu uma auditoria forense, requerida pelo Banco de Portugal, onde foi descoberto que o empresa liderada por Ricardo Salgado usava as suas sociedades financeiras no Panamá e na Suíça para continuar a subsidiar o GES.