PS considera "extremamente negativos" dados da economia portuguesa

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 02 mar (Lusa) - O PS considerou hoje "extremamente negativos" os indicadores económicos de Portugal, sustentando que se agravou o défice externo, que o investimento está ao nível de 1986 e que o crescimento das exportações pode estar comprometido a prazo.

Posições que foram assumidas em conferência de imprensa por João Galamba, deputado e membro do Secretariado Nacional do PS, tendo como base as últimas estimativas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a evolução da economia portuguesa.

"Portugal saiu da recessão mas a crise continua. Parece que o primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] e o Governo ainda não compreenderam os últimos números da economia portuguesa", defendeu o membro do Secretariado Nacional do PS.

Na análise feita pelo dirigente socialista, Portugal, após ter conhecido uma queda de 5,5 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos três anos, regista um crescimento da economia "anémico (0,9 do PIB) e que assenta apenas procura interna, em particular no consumo de automóveis".

João Galamba advogou depois que este crescimento "é totalmente insustentável, com a balança externa este ano a degradar-se em 30 por cento, o que demonstra a ausência de qualquer transformação estrutural da economia portuguesa".

"Mas o dado mais preocupante, para além da degradação da balança externa, é o investimento, que cresceu apenas 2,3 por cento e não os cinco por cento referidos pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas. Temos um investimento que está ao nível de 1986, um retrocesso de quase 30 anos e que não permite recuperar a capacidade produtiva", disse.

Segundo João Galamba, no fim do processo de ajustamento, "com destruição de emprego e do aparelho produtivo, este Governo o máximo que consegue é uma não recuperação económica e uma não recuperação do investimento".

"As exportações de hoje são resultado do investimento do passado. Mas, infelizmente, tudo indica que as exportações do futuro serão o resultado do investimento que hoje não está a ser feito em Portugal", advertiu o deputado do PS.

Na conferência de imprensa, o membro do Secretariado Nacional do PS falou ainda sobre uma conjuntura externa "favorável" decorrente da ação do Banco Central Europeu (BCE), permitindo "juros historicamente baixos".

"Mesmo assim, o investimento não arranca. O pouco investimento que existe em 2015 é uma tentativa das empresas manterem a sua capacidade produtiva", referiu, antes de defender a urgência "de se parar com os cortes brutais que têm sido feitos ao longo dos últimos anos ao nível do investimento público".

Face ao conjunto de indicadores económicos, João Galamba defendeu que o executivo PSD/CDS não resolveu até agora qualquer problema estrutural.

"Este Governo fez uma coisa espantosa: destruiu tudo e não criou nada", acrescentou.

Na conferência de imprensa, o dirigente socialista foi depois confrontado com a questão referente ao comportamento de Pedro Passos Coelho perante a Segurança Social, mas recusou-se a comentá-la.

"O PS já fez declarações sobre essa matéria. Neste momento todos os esclarecimentos devem ser dados pelo primeiro-ministro", justificou.

PMF // ZO

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