Vistos gold: Paulo Portas não esclarece quantos postos de trabalho foram criados

| Política
Porto Canal

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, não esclareceu hoje quantos postos de trabalho criou o investimento estrangeiro proveniente do programa de vistos ‘gold'.

Na comissão parlamentar de Economia, Paulo Portas foi questionado pela deputada do BE Cecília Honório sobre "quantos postos de trabalho diretos é que foram criados" com aquele investimento, e não forneceu qualquer dado.

"Quem é que cria mais postos de trabalho? A Remax ou o Bloco de Esquerda? É que eu acho que é a Remax, porque há pessoas que têm que projetar as casas, porque há pessoas que têm que construir as casas, porque há pessoas que têm que equipar as casas, porque há pessoas que têm que produzir materiais para que as casas possam existir, porque é preciso fazer a promoção, a reabilitação, a recuperação e a venda", afirmou Paulo Portas na resposta.

Para Paulo Portas, "é um erro intelectual grave" desprezar o peso económico do imobiliário e da construção.

Cecília Honório questionou igualmente o vice-primeiro-ministro sobre o número de casas que foram construídas de raiz em resultado deste investimento, bem como quais foram os concelhos que mais beneficiaram com este investimento, dados que Paulo Portas também não forneceu.

A deputada do BE afirmou que, apesar de Portas ter procurado desfazer a perceção de que estes vistos se destinam a cidadãos fora do espaço Schengen, cujo dinheiro "não se sabe de onde vem e o Governo nem sequer saber de onde", sublinhando que o processo judicial em curso não se verificaria se os mecanismos de fiscalização funcionassem bem.

"Há aqui uma ideia que esse dinheiro precisa de um porto de abrigo e precisa de um porto de abrigo rápido", declarou, questionando Paulo Portas sobre as instruções políticas para dinamizar a atribuição de vistos ‘gold' que o diretor do SEF terá dito em sede judicial ter recebido.

Cecília Honório referiu-se à demissão do ministro da Administração Interna Miguel Macedo e estabeleceu um contraste com a postura de Paulo Portas e a defesa que fez hoje dos vistos ?gold' como uma "medida positiva".

"Não está na altura de assumir alguma humildade?", questionou a deputada.

A Operação Labirinto, uma investigação relacionada com a atribuição de vistos 'gold', resultou já na detenção de 11 pessoas, cinco das quais ficaram em prisão preventiva, embora três possam ver a medida convertida em pulseira eletrónica.

Na sequência das investigações, na qual foram detidas pessoas que lhe são próximas e que tutelava, Miguel Macedo anunciou a demissão alegando que a sua autoridade enquanto governante ficou diminuída.

O programa de vistos 'gold', criado em 2013, prevê a emissão de autorizações de residência em Portugal, com acesso ao espaço Schengen, a estrangeiros oriundos de fora da União Europeia que criem dez ou mais postos de trabalho em Portugal, comprem imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros ou façam transferências de capitais de pelo menos um milhão de euros.

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