Carlos Costa diz não ter afastado logo Salgado porque legislação impedia

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 out (Lusa) - O Banco de Portugal (BdP) conseguiu identificar o problema do BES antes do colapso e só não afastou a administração, liderada por Ricardo Salgado, porque a lei não permitia, afirmou o governador hoje no parlamento.

Na sua última intervenção na comissão de Finanças, Orçamento e Administração Pública, Carlos Costa sublinhou que "em outros casos", os supervisores só conseguem identificar problemas, como os do BES, depois de explosão.

"Normalmente, primeiro explode. É como alguém que descobre uma granada e tenta desativá-la", ilustrou, adiantando que, apesar da descoberta precoce do caso BES, os factos descobertos à posteriori deixaram o banco sem soluções para repor o nível de capitais, confinado a "duas soluções": a resolução ou a liquidação.

E, acrescentou, "não há nenhum supervisor que consiga antecipar [a dimensão das imparidades] a não ser que substitua os quadros do banco".

Carlos Costa destacou que a legislação o impedia de suspender a administração do BES, liderada por Ricardo Salgado.

"Em relação à ingenuidade, não é do supervisor, é antes do legislador, porque estabeleceu que a suspensão da administração não pode ser tomada livremente pelo BdP", declarou, adiantando que "há jurisprudência que é muito limitativo nesta matéria".

Por isso, acrescentou, importa mudar a lei "numa próxima alteração legislativa".

Após mais de duas horas de audição, Carlos Costa concluiu que "só erra quem faz opções", adiantando que fez "o que achava que devia fazer para assegurar a estabilidade financeira e para assegurar uma transição gradual e segura".

O governador do BdP sublinhou ainda que "o acidente que aconteceu com o BES não tem a ver com a atividade normal de um banco", atribuindo-o a uma "atividade anómala".

No dia 3 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

JNM/DN // MSF

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