Carlos Costa diz que declarações sobre viabilidade do BES eram legítimas quando foram ditas

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 out (Lusa) - O governador do Banco de Portugal disse hoje que as diversas declarações que fez publicamente sobre a viabilidade do Banco Espírito Santo (BES) visaram garantir a confiança no sistema financeiro e que eram legítimas à data em que foram proferidas.

"Nas datas em que nos pronunciámos, os rácios de capital [do BES] respeitavam os mínimos regulamentares do Eurosistema. O que aconteceu depois, não invalida o que foi dito antes", afirmou Carlos Costa na sua audição na comissão parlamentar de Orçamento.

O responsável ilustrou com um exemplo de um paciente que vai ao médico e não lhe é diagnosticada qualquer doença: "Um ano depois, se ficar doente, não pode culpar o médico por não lhe ter diagnosticado uma doença que na altura não tinha. A não ser que prove que já tinha a doença", considerou.

Carlos Costa especificou que, "no espaço de uma semana, evidenciou-se uma quebra de capital do banco de 1,2 a 1,3 milhões de euros para 3,6 mil milhões de euros" e que "esse é o motivo que leva à necessidade de uma recapitalização".

Antes da resolução aplicada ao BES, o governador afirmou publicamente que o banco tinha uma almofada de capital suficiente para encaixar as imparidades que tinham sido detetadas numa extensa auditoria exigida pelo supervisor no final do ano passado.

Porém, num curto espaço de tempo, a situação alterou-se profundamente, o que levou à intervenção do Banco de Portugal no BES.

Paralelamente, sobre as declarações que fez no parlamento, antes da resolução do BES, acerca da existência de acionistas privados interessados em entrar no capital do banco, o governador voltou a apontar para a alteração dos factos, traduzida no momento em que o BES apresentou prejuízos trimestrais de 3,6 mil milhões de euros.

"Os resultados de 30 de junho levaram a uma desistência do interesse de investidores que até aí se tinham mostrado interessados em entrar no capital, face às circunstâncias que levaram àquelas perdas. Tiveram receio", sublinhou.

Carlos Costa realçou que o papel do supervisor é "transmitir uma mensagem de confiança", acrescentando que "nunca emitiu uma mensagem para os investidores, mas sim para os clientes e depositantes".

No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

DN/JNM // CSJ

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