"Países não se governam apenas com livros de economia"
Porto Canal
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse hoje, a propósito do aumento do salário mínimo, que o Governo explicará à Comissão Europeia que os países "não se governam apenas com livros de economia".
"Saberemos explicar à Comissão Europeia que os países não se governam apenas com livros de economia. As regras de economia ditam-nos orientações muito importantes que devem ser observadas. Quando não são, em regra, a consequência é errada", afirmou Passos Coelho.
Comentando aos jornalistas, no Marco de Canaveses, as preocupações manifestadas pela Comissão Europeia a propósito do aumento do salário mínimo nacional, o chefe do Governo defendeu que o aumento daquela remuneração acordado com os parceiros sociais "permite justamente defender a competitividade da economia portuguesa".
Para o primeiro ministro, "esse é o aspeto essencial que a Comissão Europeia relevará mais".
Passos acrescentou que os parceiros sociais "aceitaram que, a partir de 2016, as atualizações do salário mínimo nacional estivessem correlacionadas muito fortemente com a evolução da produtividade".
"Se a produtividade estiver alinhada com os aumentos salariais, a competitividade das empresas não dependerá do fator custo do trabalho, dependerá de outros fatores importantes, como a inovação e o ´know-how'", acentuou.
Aos jornalistas, insistiu ser muito importante que, "agora que o desemprego está a baixar e a economia está a crescer, se pudesse dar um sinal de alguma motivação a esses trabalhadores".
Para o primeiro-ministro, a atualização do salário mínimo "constitui um sinal, embora ainda pequeno, que é motivador e mobilizador para os trabalhadores portugueses que têm rendimentos mais baixos".
As declarações de Passos Coelho aconteceram à margem da inauguração da quarta edição da Bienal da Pedra do Marco de Canaveses, certame que reúne dezenas de empresas ligadas à extração e transformação de granito.
Após a inauguração, o chefe do Governo visitou a empresa Granitos do Norte, em Alpendurada, Marco de Canaveses, um dos maiores exportadores de granito do país, onde não prestou declarações aos jornalistas.