Escócia/Referendo: Países ficam melhor juntos que separados - Horta Osório
Porto Canal / Agências
Lisboa, 19 set (Lusa) - O presidente do Lloyds Banking Group, António Horta Osório, considerou hoje que o resultado do referendo sobre a independência da Escócia, que ditou a sua permanência no Reino Unido, é "muito positivo", beneficiando os países que o integram.
"Vejo uma vitória que eu não diria que é do 'não', que é a vitória do 'estejamos juntos', como muito positiva para o Reino Unido", afirmou o banqueiro português, em declarações à agência Lusa, à margem de um evento em Lisboa.
"Para o Reino Unido, como um todo, na minha opinião, [os países] ficam melhor juntos do que separados. [A decisão] mantém a posição ímpar do Reino Unido na Europa e no mundo e, portanto, acho que é um resultado muito positivo e estou muito satisfeito com o voto do povo escocês", justificou Horta Osório.
O responsável, que hoje deu uma palestra num pequeno-almoço promovido pela Câmara de Comércio Americana em Portugal, sublinhou que o resultado do referendo, no qual o 'não' à independência foi o vencedor, "é também muito positivo para a Europa, sem dúvida".
Segundo o presidente do segundo maior grupo financeiro britânico, a possibilidade de os escoceses escolherem se preferiam ser independentes ou permanecer integrados no Reino Unido "mostra a enorme maturidade da democracia inglesa, no sentido de aceitar que se fizesse um referendo e que o povo escocês decidisse sobre o seu futuro".
E realçou: "Após o resultado ser conhecido, às seis da manhã, imediatamente o primeiro-ministro escocês e o primeiro-ministro do Reino Unido disseram ambos que respeitavam o resultado do voto e que iam trabalhar juntos na construção de um Reino Unido melhor, o que mostra um enorme sentido democrático".
O Lloyds, tal como o Royal Bank of Scotland (RBS), os dois maiores bancos da Escócia e entidades com muito peso no sistema financeiro britânico, tinham avisado que se mudariam para a Inglaterra caso os escoceses optassem pela independência.
A contagem das 32 circunscrições escocesas indica hoje a vitória do 'não' no referendo para a independência com 55,3% dos votos, enquanto o 'sim' obteve 44,7%, de acordo com dados oficiais.
Para vencer o referendo, um dos dois campos tinha de alcançar 1.852.828 votos, sendo que o 'não' obteve 2.001.926 eleitores, contra 1.617.989 do 'sim'.
A participação no referendo que decorreu na quinta-feira atingiu um número recorde de 85,6% em eleições no país.
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