Associação de investidores vai processar administrações da PT desde 2001

Associação de investidores vai processar administrações da PT desde 2001
| Economia
Porto Canal

A Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM) vai avançar com uma ação popular contra as administrações da Portugal Telecom (PT) desde 2001 por causa das aplicações financeiras no Grupo Espírito Santo (GES).

"Os réus na ação popular são o conselho executivo da Portugal Telecom e os presidentes dos conselhos executivos e respetivos administradores financeiros, desde 2001 até ao presente momento", disse à Lusa o presidente da ATM, Octávio Viana.

Ou seja, a associação pretende processar Murteira Nabo, Miguel Horta e Costa, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, entre outros membros das administrações da operadora de telecomunicações portuguesa dos últimos 13 anos.

"A razão é simples: o presidente da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários, Carlos Tavares, chegou a mencionar que estas aplicações vinham já desde 2001. Nós fomos obter informações no sentido de confirmar essa informação e descobrimos que em 2001 este género de exposição ao grupo GES era de 600 milhões de euros", apontou.

Isso "significa que a materialidade, ou seja, o possível impacto que essa aplicação teria nas demonstrações financeiras era maior" naquele momento "do que seria agora com os 900 milhões de euros" que a PT aplicou na Rioforte, do GES, e que não foi pago à operadora.

"Descobrimos, inclusivamente, que em 2005 esse valor" atingiu 1,2 mil milhões de euros, um montante "muito maior em materialidade e em valor do que os 900 milhões agora falados", salientou Octávio Viana.

"Entendemos que há responsabilidades desde 2001 até ao presente momento", desde há 13 anos, sublinhou.

Para a associação, "os conselhos de administração da Portugal Telecom extravasaram a sua capacidade de exercício, as suas competências, na medida em que o 'core business'" da operadora "não é de um banco, de financiar entidades".

A ATM, que considera que a PT "foi um instrumento usado para financiar o GES", pretende entrar com a queixa em tribunal até final da semana, conforme já tinha indicado anteriormente.

A associação tinha dito anteriormente à Lusa que vai tentar inviabilizar a combinação de negócios entre a PT e a operadora brasileira Oi, que será votada na assembleia geral de 08 de setembro.

Octávio Viana acredita que a Oi sabia do que se passava na Rioforte, já que antes do aumento de capital tinha sido feita uma auditoria à PT, e admite avançar com uma providência cautelar sobre a decisão da assembleia geral.

Além disso, a associação está em contacto com alguns investidores norte-americanos, acionistas da Oi, que "se mostraram dispostos a litigar contra a administração da Oi por violação dos seus deveres de diligência".

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