Lisboa, 01 jul (Lusa) -- As câmaras de Lisboa e Paredes assinaram hoje, na capital, um protocolo para valorizar a indústria de mobiliário e os designers do país, reforçando a sua projeção internacional através do projeto Art On Chairs.

O documento, assinado ao final da manhã no Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, visa apostar na divulgação da exposição "Como se pronuncia design em português?", que estreia em novembro e se centra na aplicação prática de mobiliário urbano no Cais do Sodré, para usufruto público.

Esta exposição, que convida a comunidade escolar a desenvolver peças e a reinterpretar cerca de 94 cadeiras e outros objetos de mobiliário, através do estudo de 40 autores portugueses, está integrada no Art On Chairs, uma iniciativa internacional criada pela autarquia de Paredes para promover o design e a indústria de mobiliário naquela região e no país.

Os presidentes das câmaras de Lisboa, António Costa, e de Paredes, Celso Ferreira, assinaram o protocolo em cima de uma réplica de contentores destinados ao transporte de mercadorias, numa alusão à internacionalização do projeto.

António Costa, que falava à Lusa no final do evento, frisou que este é "um excelente exemplo de como dois municípios distintos, com vocações claramente distintas, devem e podem cooperar para pôr os seus recursos e as suas valências ao serviço de um projeto comum, que ajuda ao desenvolvimento de todo o território nacional".

Para o presidente do município de Lisboa, a cidade funciona como "o grande centro das indústrias criativas" nacionais, sendo "uma montra do que o país faz, designadamente da indústria [nacional] do móvel".

A valorização do MUDE, através da colaboração numa exposição do design português em Pequim, e a renovação da frente ribeirinha, entre o Cais do Sodré e o Largo de Corpo Santo, são outros pontos cruciais para o município, resultantes deste acordo, adiantou António Costa.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Paredes destacou que "Lisboa é uma grande capital europeia e uma cidade cheia de prestígio, o que naturalmente pode ajudar a valorizar os produtos de mobiliário fabricados em Paredes".

Naquele concelho, existem atualmente cerca de 800 empresas dedicadas ao mobiliário nacional, gerando 400 dos 800 milhões de euros anuais do setor.

Celso Ferreira frisou que o protocolo com a autarquia de Lisboa "estabelece um novo patamar de trabalho, de ligação da universidade com a indústria e da ligação entre cidades".

Durante a cerimónia, foi também apresentado o programa para a segunda edição do Art on Chairs, que decorre entre setembro de 2014 a maio de 2015, tendo previstas cinco exposições, três concursos de design, um programa de residências na indústria e quatro mostras internacionais, em cidades como Pequim, Paris, Singapura e Milão, no primeiro semestre do próximo ano.

Susana Marques, coordenadora do Art on Chairs, esclareceu que o projeto "é um desafio à indústria de Paredes e aos designers portugueses", visto que nesta edição se pretende apostar em "objetos orientados para o mercado de luxo", a nível internacional.

Esta é a segunda edição do projeto bienal, vencedor em 2012 do prémio RegioStars da Comissão Europeia, que distingue iniciativas inovadoras de desenvolvimento regional.

O Art On Chairs é cofinanciado por fundos europeus, congregando uma rede de 64 criadores nacionais, 38 empresas e 1.500 alunos, num total de cerca de 400 objetos.

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