"O apelo contra a abstenção é o apelo para derrotar a direita" -- Catarina Martins
Porto Canal / Agências
Porto, 23 mai (Lusa) - A coordenadora do BE Catarina Martins defendeu hoje que o apelo contra a abstenção é o apelo para derrotar a direita, pedindo o voto onde dói mais ao Governo, no Bloco, para eleger dois eurodeputados e retirar um ao CDS.
No encerramento da campanha eleitoral para as europeias, na Alfândega do Porto, Catarina Martins afirmou que o "Governo tem que ser e vai ser derrotado no domingo".
Por isso, a coordenadora bloquista, pediu o voto no BE, que é "onde dói mais ao Governo", porque caso o partido eleja dois eurodeputados, retira um ao CDS, subtraindo poder aos partidos que sustentam o executivo.
"O apelo contra a abstenção é o apelo para derrotar a direita. (...) Precisamos de ir votar com a revolta numa mão e a esperança na outra", disse.
Na opinião de Catarina Martins, os partidos da coligação de direita fizeram tudo para "apelar à abstenção", considerando que foi provavelmente "uma das campanhas mais vergonhosas" que se assistiu em Portugal.
"A direita fez tudo para enxovalhar estas eleições, para as transformar numa fantochada", criticou.
A coordenadora do BE não esqueceu o PS neste último discurso antes das eleições de domingo, considerando que os socialistas fizeram "tudo para fugir às questões que importam", como é o caso da dívida pública e do tratado orçamental.
"O PS prefere fazer de conta que este ato eleitoral não decide nada", condena.
Porque não se pode prometer a mudança e depois não querer mudar naquilo que é essencial, Catarina Martins antecipou que os eurodeputados do PS no Parlamento Europeu continuarão neste mandato a votar "ao lado da direita" e pela austeridade.
O BE encerrou hoje a campanha para as eleições europeias com um jantar comício para cerca de 500 pessoas na Alfândega do Porto, onde reuniu as principais personalidades da família bloquista, entre os quais a primeira candidata ao Parlamento Europeu, Marisa Matias, os coordenadores João Semedo e Marisa Matias e o ex-líder Francisco Louçã.
JF // PGF
Lusa/fim