BE critica nova lei laboral que justifica todas as "ilegalidades"
Porto Canal / Agências
Santa Maria da Feira, 23 mai (Lusa) - A primeira candidata do BE às europeias denunciou hoje um despedimento "ilegal" numa fábrica em Santa Maria da Feira, considerando o exemplo de que a lei laboral já é flexível e permite justificar todas as ilegalidades e atropelos.
No último dia de campanha eleitoral, Marisa Matias juntou-se ao piquete de trabalhadores despedidos da fábrica de calçado Lunik, em Santa Maria da Feira, considerando "completamente ilegal" o que está a acontecer já que a empresa tem encomendas e rendimentos e "está a despedir 22 pessoas, ao mesmo tempo que aumenta duas horas, por dia, às 80 que ficam".
"Se provas houvessem de que a lei laboral portuguesa já é mais do que flexível e que não protege aqueles que deve proteger, ou seja, quem trabalha, este é um exemplo claríssimo disso, onde todas as ilegalidades e atropelos estão a ser cometidas mas há sempre um buraquinho na nova lei que permite justificar essas ilegalidades e atropelos", criticou.
Na opinião de Marisa Matias, esta situação tem que ser denunciada, até porque os trabalhadores, para começarem a receber os direitos que teriam numa situação normal, "têm que esperar um ano".
"Despediram as pessoas num dia mas para pagar as indeminizações dizem que vão começar apenas em janeiro de 2015 e distribuir esse pagamento ao longo de 11 anos, o que para muitas destas pessoas representa menos do que 50 euros por mês. E daqui até janeiro de 2015 como é que vão comer? Como é que vão fazer as suas vidas?", questionou.
Para a eurodeputada recandidata, a situação desta empresa "mostra muito bem como a nova lei laboral não protege nada os trabalhadores e cria buracos", já que "estão a usar o banco de horas que foi aprovado e a lei da adaptabilidade que foi aprovada também, para fazer um despedimento ilegal".
A cabeça de lista do BE às europeias ouviu da boca das trabalhadoras histórias de vida de quem dedicou anos à empresa e se vê agora sem emprego, tendo muitas delas também os maridos desempregados.
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