UGT diz que saída sem programa cautelar é "mistificação”
Porto Canal
O secretário-geral adjunto da UGT, Nobre dos Santos, considerou hoje que a saída do atual programa de resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar é “uma mistificação” e apelou aos portugueses que não se abstenham nas europeias.
“A saída sem programa cautelar é uma mistificação, porque se criou uma almofada financeira pelos impostos exigidos aos portugueses, almofada essa que custa muitos milhões de euros [aos portugueses] para que esta possa existir”, disse Nobre dos Santos em declarações à Lusa.
O dirigente da UGT falava à Lusa depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter anunciado que Portugal vai sair do atual resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar, regressando autonomamente aos mercados.
“Nunca podemos dizer que estamos melhor, que ficámos melhor, nem que recuperámos agora a independência nacional, porque esta não existe. De seis em seis meses vamos ter as avaliações da ‘troika’”, sublinhou Nobre dos Santos.
Por último, o sindicalista enfatizou: “os trabalhadores, os pensionistas devem dar uma resposta clara votando nos partidos que entenderem no processo eleitoral que se avizinha da forma que entenderem, mas dando um sinal claro do seu descontentamento. Achamos que a abstenção, neste momento, só pode favorecer aqueles que pretendem trazer mais austeridade ao país”.
“As próximas eleições darão um sinal claro do descontentamento dos portugueses e é fundamental que as pessoas participem no ato eleitoral e que o Governo entenda que esse será um cartão amarelo [ao Governo]”, disse.
Portugal vai sair do atual programa de resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar, regressando autonomamente aos mercados, anunciou o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
"Depois de uma profunda ponderação de todos os prós e contras, concluímos que esta é a escolha certa na altura certa. É a escolha que defende mais eficazmente os interesses de Portugal e dos portugueses e que melhor corresponde às suas justas expectativas", acrescentou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
Portugal recorreu à ajuda externa em maio de 2011, tendo o país recebido 78 mil milhões de euros.