Professores não desistem da “luta” porque acreditam num “final justo”

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Porto Canal com Lusa

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, garantiu esta segunda-feira que a “luta” pela recuperação integral do tempo de serviço não acabou, acreditando num “final justo”.

Atualizado 21-05-2019 12:32

“Não baixamos os braços. Dia 05 de outubro, em vésperas das eleições legislativas, estaremos na rua numa grande manifestação em Lisboa e no primeiro dia após a tomada de posse do novo ministro da Educação estaremos à porta do Ministério a dizer que queremos negociar esta matéria com um caderno reivindicativo nas mãos”, disse o dirigente sindical no Porto, no primeiro de cinco “Comícios da Indignação”, organizados por vários sindicatos.

Perante centena e meia de professores empunhando mensagens de protesto e gritando que não desistem de recuperar os nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado, Mário Nogueira disse “não esperar mais coisa nenhuma” deste Governo, esperando pela próxima legislatura para voltar às negociações.

“Mal haja tomada de posse de um novo Governo iremos tentar negociar o tempo de serviço de forma faseada”, afirmou.

Entre cartazes onde se lia “tempo trabalhado é tempo contado”, “professores estão indignados, mas não derrotados” ou “trabalhamos muito e não desistimos”, o dirigente sindical vincou que a “luta está longe de ter acabado”.

Dizendo acreditar num “final justo”, Mário Nogueira sublinhou só haver justiça para quem trabalha se o tempo de serviço for todo ele contabilizado.

Enquanto na multidão se avistavam bandeiras com os rostos do primeiro-ministro ou do ministro das Finanças onde se lia que o tempo não se apaga, mas os rostos também não, o sindicalista considerou inaceitável “o ataque” que o Governo de António Costa tem feito aos professores.

“Os professores não aceitam o tratamento que tem estado a receber do Governo, do primeiro-ministro ou dos comentadores, tem havido uma campanha de ataques, insultos e mentiras”, frisou.

Na sua opinião, esta “campanha do Governo” tenta virar a opinião pública contra os professores, acrescentando que “mal está um Governo que acha que denegrir e atacar os professores é o caminho certo”.

Este ataque vai ter consequências muito negativas para o futuro, nomeadamente no afastamento dos jovens da profissão, reforçou.

Vestida de preto, a professora do 1.º ciclo Maria José Costa afiançou não abdicar de um “único dia, hora e minuto” dos anos que trabalhou e que não lhe foram contabilizados.

Acreditando num “desfecho feliz”, a docente entendeu que a desvalorização da carreira não é só mau para si, mas para os alunos, as escolas e o país.

“Pode não ser possível com este Governo, mas acredito que vai ser com outro”, sublinhou Alexandre Dias, professor de português.

Garantindo que não vão baixar os braços, Alexandre Dias revelou que, se o fizessem, já o teriam feito há muito dado o estado da profissão.

Os professores iniciaram hoje uma série de cinco “Comícios da Indignação” que decorrem esta semana, em plena campanha para as eleições europeias, para manter viva a luta pela recuperação integral do tempo de serviço congelado.

Estes comícios arrancam no dia em que o Governo publicou em Diário da República o diploma que permite aos docentes optarem pelo faseamento da recuperação de parte do tempo de serviço em três tranches anuais, a ocorrer em cada mês de junho, até 2021.

O decreto-lei sobre o descongelamento das carreiras especiais, onde se incluem também os militares, juízes e polícias, prevê a recuperação para efeitos de progressão na carreira de 70% do tempo de serviço, que esteve congelado entre 2011 e 2017.

No caso dos professores, estes 70% significam a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias, um período longe dos cerca de nove anos e quatro meses que os docentes continuam a exigir.

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