Aguiar-Branco justificou subconcessão dos Estaleiros de Viana com base em mentiras - trabalhadores
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 28 jan (Lusa)- A comissão de trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo acusou hoje o ministro da Defesa de justificar a subconcessão da empresa pública com base em mentiras e garantiu ir "até às ultimas instâncias" para reverter o processo.
As afirmações do presidente da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), António Costa, foram proferidas em Bruxelas, onde está a convite do PCP e do BE para uma reunião com a Comissão Europeia.
Antes do encontro com responsáveis do executivo comunitário, António Costa acusou o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, de várias contradições no processo de reprivatização, entretanto cancelado, e de subconcessão, à Martifer, já concluído, dos ENVC.
"O senhor ministro disse que a única solução seria ter de devolver 181 milhões de euros ao Estado ou que então encerraria as portas [dos Estaleiros], quando no dia 10 ouvimos o senhor ministro dizer que era uma opção ideológica [a subconcessão] não compreendemos como é que um jurista credenciado como o senhor ministro consegue andar a mentir a toda a gente este tempo todo, dando a sensação de que realmente não existe nenhuma solução para os Estaleiros quando isso é mentira", afirmou o responsável.
António Costa sublinhou que não "há nenhuma decisão da Comissão Europeia que obrigue o Governo de Portugal a encerrar ou a subconcessionar os Estaleiros" e considerou que a escolha do executivo PSD/CDS é "opaca".
"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e iremos lutar até às últimas instâncias para provar que o senhor ministro tem andado a mentir aos portugueses e aos seus colegas de Governo com o objetivo de acabar com a construção naval em Viana do Castelo. Não conseguimos perceber qual é a ideologia do senhor ministro, que nunca se dignou a visitar uma empresa da qual ele é o responsável máximo, e abre mão de uma grande empresa, que sempre foi estratégica, foi estratégica para o doutor Paulo Portas e para o doutor Durão Barroso", disse.
No mesmo sentido, a eurodeputada do BE Marisa Matias notou que "o ministro invocou o facto da Comissão Europeia ter exigido a devolução dos 180 milhões de euros" quando "o comissário respondeu que não".
"É uma história muito mal contada e uma informação que não era verdade apenas para justificar o desmantelamento", referiu.
Já João Ferreira, do PCP, acusou a tutela de utilizar "argumentos mentirosos para consumar um crime contra o país".
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