Skripal: Luxemburgo chamou embaixador em Moscovo para consultas
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 28 mar (Lusa) -- O Governo do Luxemburgo vai chamar o seu embaixador em Moscovo para consultas, na sequência do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido, cuja responsabilidade Londres atribui a Moscovo.
"O Governo do Luxemburgo condena com a maior firmeza o ataque cometido e subscreve o anúncio do Reino Unido segundo o qual é altamente provável que a Federação Russa seja responsável por este ato e que não há outra explicação plausível", indicou o executivo luxemburguês em comunicado.
Na terça-feira, o ministro dos Assuntos Exteriores luxemburguês, Jean Asselborn, confirmou ao diário "Wort" que "não vai castigar os diplomatas de Moscovo caso não haja 100 por cento de certeza que estejam envolvidos em atividades ilegais, como a espionagem".
O jornal destacou que a decisão deve-se ao reduzido número de diplomatas russos no país, um dos mais pequenos da União Europeia, e a "falta de provas".
Na nota difundida hoje, o Governo do Luxemburgo assinalou que "está plenamente solidário com o Reino Unido quando "é posta em causa a questão da segurança comum", numa referência ao ataque a Skripal a 04 de março.
Por isso, o ministro do Exterior "decidiu chamar para consulta o embaixador do Luxemburgo em Moscovo", segundo a nota.
Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português anunciou também que "Portugal chamou para consultas o seu embaixador em Moscovo".
Em entrevista à RTP, Augusto Santos Silva rejeitou a ideia de que Portugal esteja fora do movimento de expulsão de diplomatas russos, lembrando que o país apoiou as decisões tomadas neste âmbito pela União Europeia e pela NATO.
Em 14 de março, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais com a Rússia, em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal com um gás neurotóxico no dia 04 de março na cidade inglesa de Salisbury.
Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.
O caso Skripal provocou uma grave crise diplomática, que se estendeu a outros países aliados do Reino Unido, como os Estados Unidos e vários Estados-membros da União Europeia, entre os quais a Alemanha, a França e a Polónia, que decidiram também expulsar diplomatas russos.
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