Skripal: Espanha anuncia expulsão de dois diplomatas russos de Madrid
Porto Canal com Lusa
Madrid, 26 mar (Lusa) - A Espanha vai expulsar dois diplomatas da embaixada da Rússia em Madrid, juntando-se assim a pelo menos 14 outros Estados-membros da UE que também o fizeram devido ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido.
"O governo de Espanha decidiu expulsar dois funcionários diplomáticos da Embaixada da Federação da Rússia em Madrid, que deverão, consequentemente, abandonar o território nacional" espanhol, indica uma nota do Ministério de Exteriores (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português) de Espanha.
Vários Estados-membros da UE - entre os quais não se conta Portugal - anunciaram hoje que vão expulsar diplomatas russos dos seus territórios, tal como já tinha feito o Reino Unido, devido ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, e da sua filha Yulia, em Salisbury, sul de Inglaterra, a 04 de março.
As autoridades britânicas identificaram o agente neurotóxico usado como sendo Novichok, um gás produzido originalmente nos anos 1970, na União Soviética, e Londres disse mesmo que o Kremlin e Putin estariam diretamente por detrás do ataque.
Madrid afirma que "desde o princípio considerou que o atentado perpetrado em Salisbury, com uso de um agente neurotóxico, é um acontecimento de extrema gravidade, que representa uma séria ameaça à segurança coletiva e ao Direito Internacional".
"Esta decisão está, além disso, em consonância com o que foi acordado por todos os Estados-membros da UE no último Conselho Europeu de 23 de março", salienta o governo espanhol.
O executivo espanhol reiterou também "uma vez mais", a sua solidariedade para com o Reino Unido, bem como para com as vítimas.
Um responsável europeu citado hoje pela agência France Presse salientou que cabe a cada Estado-membro anunciar as expulsões do seu território, explicando que esta medida deverá envolver cerca de 30 diplomatas russos, a que se juntam os 23 que já tinham sido expulsos pelo Reino Unido.
Os países envolvidos nas expulsões são a Alemanha (quatro), a França (quatro), a Polónia (quatro), a República Checa e a Lituânia (três cada), a Itália, a Dinamarca, a Holanda e a Espanha(dois cada um), a Estónia, a Letónia e a Finlândia (um cada). Os outros países são a Roménia, a Suécia e a Croácia, indicaram fontes diplomáticas.
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos anunciaram ter expulsado 60 "espiões" russos, enquanto o Canadá também anunciou 13 expulsões. A Ucrânia anunciou igualmente ter expulsado 13 diplomatas russos.
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