Skripal: Bélgica realiza Conselho de Ministros para avaliar se expulsa diplomatas russos
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 26 mar (EFE) - O Governo belga realiza na terça-feira um Conselho de Ministros "restrito" para avaliar se expulsa ou não algum diplomata russo, como fizeram hoje outros 14 Estados-membros da União Europeia (UE), noticiou hoje o diário belga Le Soir.
O diário explica que a situação da Bélgica é "especial", porque os diplomatas russos estão acreditados em Bruxelas de forma bilateral com a Bélgica, mas também junto da UE e da NATO.
O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, pediu à Rússia no passado dia 15 de março mais "colaboração" para esclarecer o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, e da sua filha Yulia, em Salisbury, no Reino Unido. O ataque com um gás neurotóxico contra Skripal e a filha, disse Michel, constituiu "um sério ataque contra a segurança da população".
"É fundamental cumprir o compromisso da Convenção para a Proibição das Armas Químicas", salientou o PM belga em comunicado, no qual também qualificou como "inaceitável" o ataque contra Serguei Skripal e Yulia a 04 de março.
As autoridades britânicas identificaram o agente neurotóxico usado como sendo Novichok, um gás produzido originalmente nos anos 1970, na União Soviética, e Londres disse mesmo que o Kremlin e Putin estariam diretamente por detrás do ataque.
Até agora, 14 países da União Europeia - entre os quais não se conta Portugal - decidiram de forma concertada expulsar diplomatas russos na sequência do ataque contra Skripal.
O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk.
"De forma concertada, 14 países da UE decidiram expulsar diplomatas russos", declarou Tusk em Varna, na Bulgária, onde se encontra para participar numa reunião de dirigentes europeus com o Presidente turco, Recep Tayip Erdogan.
Um responsável europeu salientou que cabe a cada Estado-membro anunciar as expulsões do seu território, podendo haver outros países a anunciar medida semelhante. As expulsões já anunciadas hoje envolvem cerca de 30 diplomatas russos, a que se juntam os 23 que já tinham sido expulsos pelo Reino Unido.
Os países envolvidos nas expulsões, segundo a agência France Presse, são a Alemanha (quatro), a França (quatro), a Polónia (quatro), a República Checa e a Lituânia (três cada), a Itália, a Dinamarca e a Holanda (dois cada um), a Estónia, a Letónia e a Finlândia (um cada). Os três outros países são a Roménia, a Suécia e a Croácia, indicaram fontes diplomáticas.
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos anunciaram ter expulsado 60 "espiões" russos, enquanto o Canadá também anunciou 13 expulsões. A Ucrânia anunciou igualmente ter expulsado 13 diplomatas russos.
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