Skripal: Outras expulsões de diplomatas soviéticos ou russos em quase cinco décadas

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Porto Canal com Lusa

Redação, 27 mar (Lusa) -- O caso do envenenamento do ex-espião Serguei Skripal em solo britânico desencadeou uma crise diplomática entre a Rússia e o Ocidente e a maior expulsão concertada de diplomatas russos, mas, nos últimos 47 anos, existiram outros episódios de expulsões.

Desde segunda-feira, mais de duas dezenas de países, incluindo mais de metade dos Estados-membros da União Europeia (UE), anunciaram a expulsão de diplomatas russos. Também a NATO anunciou hoje a expulsão de sete diplomatas russos.

A ação, "a maior expulsão coletiva de agentes dos serviços de informações russos de sempre", segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, é uma resposta ao envenenamento do ex-espião duplo Serguei Skripal e da filha, Yulia, com um gás neurotóxico, a 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra. Os dois permanecem hospitalizados, em estado crítico.

As outras expulsões de diplomatas soviéticos ou russos em quase cinco décadas:

- setembro de 1971: Londres expulsa 105 diplomatas e funcionários soviéticos depois de Moscovo ter recusado esclarecer as atividades de 440 cidadãos da então União Soviética residentes no Reino Unido. Em retaliação, 18 britânicos foram obrigados a sair da velha URSS.

- abril de 1972: A Bolívia expulsa 49 elementos da embaixada soviética na capital do país, La Paz, dois anos depois do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.

- abril de 1983: Um grupo de 47 diplomatas soviéticos destacados em França são expulsos no contexto do caso Farewell, o nome de código de Vladimir Vetrov, um engenheiro soviético acreditado na missão comercial soviética em Paris de 1965 a 1970.

- novembro de 1983: A ilha de Granada expulsa 49 diplomatas soviéticos, pouco depois da intervenção das tropas norte-americanas naquele território nas Caraíbas.

- setembro de 1985: O governo britânico pede a 25 membros da embaixada soviética que deixem o país após a deserção em Londres de Oleg Gordievsky, um ex-vice-chefe do KGB (serviços secretos da União Soviética) que trabalhou como agente duplo para os britânicos e um dos mais famosos dissidentes do período da Guerra Fria. Moscovo reage e expulsa 25 funcionários britânicos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico decide posteriormente uma segunda vaga de expulsões, que abrange outros seis cidadãos soviéticos. Em retaliação, o mesmo número de britânicos é expulso da URSS.

- outono de 1986: Os Estados Unidos, então liderados pela administração de Ronald Reagan, e a União Soviética, sob os comandos de Mikhail Gorbatchev, envolvem-se durante várias semanas numa "guerra de diplomatas", com várias expulsões. Em meados de setembro desse ano, Washington exige a saída de 25 membros da missão soviética junto da ONU. Moscovo responde e expulsa cinco diplomatas norte-americanos.

Um mês depois, Washington expulsa outros 55 diplomatas soviéticos acreditados nos Estados Unidos. Dentro deste grupo, cinco são suspeitos de espionagem e os restantes 50 são expulsos para restabelecer a paridade com o número de diplomatas norte-americanos acreditados na URSS. Moscovo manda regressar outros cinco norte-americanos destacados e retira todo o pessoal soviético que trabalha nas representações norte-americanas na URSS, provocando sérias perturbações no funcionamento destas unidades.

- junho de 1988: A cidade canadiana de Ottawa expulsa ou declara "persona non grata" 19 cidadãos soviéticos. Moscovo avança com medidas similares contra 13 diplomatas canadianos.

- março de 2001: Washington anuncia a expulsão de cerca de 50 diplomatas russos, dos quais quatro são declarados "persona non grata". Estes quatro elementos são acusados de ter mantido contactos com Robert Hansenn, um agente da polícia federal norte-americana (FBI) detido por ter trabalhado durante cerca de 15 anos para Moscovo. Em resposta, as autoridades russas decidem expulsar o mesmo número de diplomatas norte-americanos.

- dezembro de 2016: A administração norte-americana ainda liderada pelo Presidente democrata Barack Obama expulsa 35 agentes russos para punir Moscovo da sua presumível ingerência na eleição presidencial norte-americana, pouco antes da chegada de Donald Trump à Casa Branca. Numa fase inicial, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, optou por não retaliar, dando o benefício da dúvida ao novo governante norte-americano, que assume elogios ao líder russo. As relações entre os dois países não registaram, no entanto, melhorias e a guerra das sanções foi relançada.

SCA (MDR) // ANP.

Lusa/Fim

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