Investimento chinês "é muito importante" para a "diversificação económica" de Portugal - Eduardo Catroga
Porto Canal / Agências
Pequim, 13 jan (Lusa) - O antigo ministro das Finanças português, Eduardo Catroga afirmou que o investimento chinês em Portugal "é um vetor muito importante para a diversificação das relações económicas e financeiras do país".
"Portugal precisa de investimento direto estrangeiro e precisa de diversificar as suas relações económicas, comerciais e financeiras para além das que tem com a União Europeia e com os seus parceiros tradicionais", disse Eduardo Catroga à agência Lusa em Pequim.
"A China aparece como um vetor muito importante para a diversificação dessas relações", acrescentou.
Eduardo Catroga, que iniciou no sábado uma visita de uma semana à China, é presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP (Energias de Portugal), em que a empresa chinesa China Three Gorges é hoje o maior acionista.
Há cerca de dois anos, a China Three Gorges (CTG) pagou 2.700 milhões de euros por uma participação de 21,35% do capital da elétrica portuguesa, vencendo um concurso internacional em que concorreram também uma empresa alemã e duas brasileiras.
Desde então, mais duas outras empresas chinesas (a China State Grid e a Beijing Enterprises Water Group) investiram em Portugal e na semana passada, o governo português aceitou a oferta do consórcio chinês Fosun para a compra de 80% da Caixa Seguros por cerca de 1.000 milhões de euros.
Alguns comentadores portugueses têm criticado o crescente investimento chinês em Portugal, considerando-o "excessivo", mas segundo Eduardo Catroga, "essas vozes não têm qualquer sentido".
"No 'ranking' do investimento chinês na Europa, Portugal nem aparece entre os dez primeiros. Comparando com França, Inglaterra ou outros países, a nossa quota de mercado ainda é pequena", afirmou.
Eduardo Catroga defende que "a China tem de ser um parceiro privilegiado de Portugal pelo seu potencial de investimento e de colocação de produtos portugueses".
Além de Pequim, Eduardo Catroga visitará duas barragens da CTG na província de Sichuan, sudoeste da China, e a seguir irá a Xangai, e a Macau.
A agenda inclui encontros com responsáveis do grupo Fosun, um dos mais lucrativos consórcios privados chineses, sedeado em Xangai, e da CEM (Companhia Elétrica de Macau).
AC. // VC
Lusa/Fim