Autarca de Gaia vai reunir com Finanças preocupado com "solvência" da Câmara

Autarca de Gaia vai reunir com Finanças preocupado com "solvência" da Câmara
| Norte
Porto Canal

O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, revelou esta noite que vai, em janeiro, reunir com o Ministério das Finanças para discutir o "peso" das dívidas desta autarquia, mostrando-se preocupado com a "solvência" do município.

"Para conseguir receitas temos de o fazer com coragem e ter coragem é indo à BRISA, à ASCENDI e outras empresas, exigir que paguem o que devem à autarquia. Em janeiro vou estar com a senhora ministra das Finanças para discutir vários problemas. As dívidas de grandes empresas já não são só um problema de Gaia, mas sim do país", disse, esta noite, em sessão de Assembleia Municipal (AM), Vítor Rodrigues.

Esta intervenção foi despoletada pela intervenção de um munícipe no período antes da ordem do dia, mas já no final da sessão, em declarações à agência Lusa, Vítor Rodrigues contou que já fez uma abordagem junto da Direção Geral da Administração Local (DGAL), mas quer agora expor a situação "ao mais alto nível".

"Com a DGAL e tivemos uma reunião proveitosa, mas inconclusiva porque muitos assuntos passam pelas Finanças e não pela Administração Local. Agora, junto do Ministério, quero ter a possibilidade de explicar o que se passa. Estou preocupado com a sustentabilidade do município porque temos projetos importantes. Há uma parte de criatividade, mas também uma parte de dinheiro. Vou pedir que se faça um trabalho de monotorização", disse o autarca.

O ponto principal desta AM - que teve início às 21:25 horas de quinta-feira e só terminou às 02:38 de hoje - foi o Orçamento Municipal para 2014, um debate que se estendeu por mais de quatro horas.

Cerca de 178 milhões de euros é a verba inscrita no orçamento de Gaia, sendo que, de acordo com explicações do presidente da Câmara, pelo menos 162 milhões são para pagamento de dívidas.

"Sobra, se correr bem a angariação de receitas, 10/11 milhões de euros para grandes empreendedorismos, o que é muito pouco. Perdemos algumas megalomanias. É impossível manter níveis de despesa em alguns domínios", disse Vítor Rodrigues.

O orçamento para 2014 acabou por ser aprovado por maioria, com os votos favoráveis do PS e do movimento independente "Juntos por Gaia", apesar dos votos contra da CDU e do Bloco de Esquerda (BE), enquanto o PSD e o CDS preferiram abster-se.

"O PS [Eduardo Vítor Rodrigues é socialista, tendo sucedido, nas autárquicas de setembro, ao social-democrata Luís Filipe Menezes] usa a figura do 'não fazemos porque temos uma dívida que nos impede de ter rasgo e novas ideias'", ironizou o PSD, pela voz de Pedro Sousa, na sua declaração de voto.

Por sua vez a CDU, através de Diana Ferreira, mostrou preocupações com a "pouca" verba atribuída à cultura e não acompanhou uma das medidas propostas pelos socialistas que fala de um "cluster" para a saúde: "Caminha-se para a privatização", criticou.

O BE, por Luís Valentim, solicitou mais programas dirigidos à criação de emprego, atendendo à atual taxa de desemprego em Gaia, a qual foi classificada como "um flagelo".

Outro ponto que foi alvo de alguma polémica foi o pedido, pela Câmara Municipal, de prorrogação até 31 de dezembro de 2014 da liquidação da empresa municipal Gaianima, cuja gestão foi descrita pelo presidente da autarquia como tendo sido feita com "desleixo, incúria e incompetência".

"Há má gestão de todo o conjunto de dossiers. Há coisas que vamos ter de apurar. O pessoal foi completamente abandonado. Ao longo dos anos, particularmente nos últimos, a Gaianima teve uma gestão pecaminosa e destrui-se uma empresa que era importante para o município", disse o autarca.

Assim, atualmente foi instituída uma administração liquidatária não remunerada e a empresa não fecha já para que seja resolvida a distribuição do pessoal afeto à Gaianima.

A proposta de prorrogação do prazo de liquidação foi aprovada com os votos favoráveis do PS, do PSD e do "Juntos por Gaia".

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