Bispo de Viana diz-se preocupado e promete apoio aos trabalhadores dos estaleiros

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 29 nov (Lusa) - O bispo de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, garantiu hoje que a diocese está pronta a "apoiar" os mais de 600 trabalhadores dos estaleiros navais que serão despedidos, confessando-se "preocupação" com o agravamento da situação social no concelho.

à confirmação do encerramento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), conhecida esta semana, deixou os trabalhadores "numa situação muito difícil", mas, garante Anacleto Oliveira, a Igreja vai disponibilizar apoio.

"Daremos todo o apoio para que o futuro não seja o fim, mas tendo presente as novas circunstâncias em que [os trabalhadores] se vão encontrar. O futuro não é assim não triste e escuro como aparentemente, à primeira vista, pode parecer", afirmou o bispo de Viana do Castelo.

Em causa está a adjudicação da subconcessão dos terrenos, equipamentos e infraestruturas dos ENVC à Martifer, até 2031.

Essa subconcessão, pela qual o grupo português pagará anualmente, ao Estado, 415 mil euros, será assumida já em janeiro pela nova empresa a criar para o efeito, denominada de West Sea e que pretende recrutar 400 dos atuais 609 trabalhadores dos ENVC.

Em paralelo, a empresa pública será encerrada e o Estado gastará 30,1 milhões de euros nas indemnizações a pagar aos trabalhadores.

Sem se pronunciar sobre esta opção do Governo, por considerar que poderia ser "imprudente", o responsável diocesano confessa "preocupação" com o atual momento, receando o agravamento dos problemas sociais no concelho.

"Temo, claro que temo [o agravamento]. A questão do desemprego é agravada. O desemprego traz sempre agravamentos no campo social", reconheceu.

O bispo falava aos jornalistas no final de uma reunião, na casa episcopal, com o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, com quem fez um ponto de situação do processo em torno do encerramento dos ENVC.

"Nós temos as nossas estruturas, se calhar o papel da Igreja não será tanto no campo material, também temos meios para isso, mas sobretudo no campo psicológico, social, de animação. Certamente que as estruturas que já temos irão colaborar nesse sentido", garantiu o bispo.

No final deste encontro, o autarca socialista apelou para a necessidade de serem apresentados "motivos de esperança" aos trabalhadores dos ENVC, admitindo que o Governo ainda vai "a tempo" de "minimizar o impacto social" da decisão de encerramento.

"Podemos ter programas de formação profissional. É preciso que estes trabalhadores, que vão agora ser despedidos, se mantenham em Viana do Castelo, que não sejam forçados a ir para a emigração, para não perdermos os quadros e o conhecimento", apontou José Maria Costa.

O autarca garantiu já ter transmitido estas opções ao Governo nos últimos meses, assumindo que o Município quer ser um "parceiro ativo e colaborativo" na "resolução correta do problema" dos estaleiros.

"Temos de minimizar o problema social. As pessoas não são números", rematou o socialista.

PYJ // JGJ

Lusa/fim

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