CGD: "Essencial é a recapitalização com a gestão que a tutela entender" - trabalhadores
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 24 nov (Lusa) - A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos insistiu hoje que "o essencial" é a recapitalização do banco, independentemente da administração nomeada, face à polémica sobre os encontros do presidente em Bruxelas quando ainda era quadro do BPI.
"O essencial é o processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com a gestão que a tutela entender", disse o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), Jorge Canadelo.
Para o representante dos trabalhadores, o importante é a reestruturação da Caixa, para que esta seja mais eficaz e mantenha os postos de trabalho, e o apoio do Governo, da tutela e dos reguladores, no sentido de fazer com que o banco seja influente na economia do país.
Esta é a reação da CT face à mais recente polémica em torno da Caixa, depois da Comissão Europeia ter confirmado na quarta-feira ter-se reunido com o atual presidente da CGD, António Domingues, para debater a recapitalização do banco público quando este ainda não tinha sido nomeado para o cargo e pertencia aos quadros do BPI, após o eurodeputado José Manuel Fernandes (PSD) ter levantado essa questão.
A CT diz não ter evidências factuais sobre esta questão, uma vez que apenas dela teve conhecimento pela comunicação social e já que o Governo não prestou qualquer informação aos trabalhadores.
À semelhança do que disse na semana passada, também hoje a CT criticou o facto de se "colocar à frente o acessório em vez do essencial".
O Governo já veio hoje negar que António Domingues estivesse na posse de informação privilegiada sobre a CGD quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco, segundo declarações citadas pela rádio TSF, do secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, Ricardo Mourinho Félix.
Ao impasse em torno da entrega das declarações de rendimentos pela nova administração da CGD, junta-se agora esta nova polémica que já levou também hoje o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, a dizer que se impõe ao Governo, e nomeadamente ao primeiro-ministro, um "esclarecimento urgente" sobre tais encontros em Bruxelas.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da CGD não quis prestar quaisquer declarações.
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