Líder da Renamo quer Presidente honesto para não incubar ditadores em África

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Porto Canal com Lusa

Maputo, 11 nov (Lusa) - O presidente da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, disse que já esperava a vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas de terça-feira e quer um líder honesto que não ajude a incubar ditadores em África.

"Gostaria que fosse um Presidente muito honesto com os amigos africanos, porque, às vezes, a política externa dos outros países, quer americanos quer europeus, pode incubar um ditador, chamar um ditador mesmo de democrata, e gostaria que isso não fosse verdade", afirmou, em declarações por telefone à Lusa, Afonso Dhlakama, que contesta os resultados das eleições gerais em 2014 em Moçambique, país atingido por um conflito militar desde então.

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que não aparece em público desde o início do ano, espera que Trump olhe para a democracia "como para qualquer ser humano" e, sobretudo, os moçambicanos.

"Estamos mergulhados numa guerra que não tem fim, estamos a desejar o apoio dos americanos, investimentos, incentivos de facto para que a paz venha reinar no país", declarou.

Apesar das sondagens apontarem para a vitória da candidata democrata, Hillary Clinton, Dhlakama referiu que a vitória de Trump "já era esperada", atendendo à tradição norte-americana de alternância governativa, ao fim de dois mandatos de Barack Obama.

"Agora, há comentários acerca do racismo [de Trump] e muita coisa, de não olhar para África, muita coisa, mas eu penso que não é bem assim", disse o líder da oposição moçambicana, para quem Trump, "se tem um defeito qualquer", vai ser corrigido uma vez eleito: "Vai sair um Presidente capaz de seguir uma política externa, sobretudo com África".

Afonso Dhlakama confia que Donald Trump "vai ser o presidente dos americanos e dirigir os interesses americanos internacionais" e que não será apenas líder dele próprio.

"Vai ser o Presidente daqueles que votaram nele, e esses também querem a paz no mundo, querem o negócio honesto no mundo e eu gostaria que de facto possa priorizar a democratização do continente africano, em particular da região da África Austral", afirmou.

O centro e norte de Moçambique têm sido atingidos por instabilidade política e militar, motivada pela recusa da Renamo em aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, alegando fraude.

Apesar da violência política, as partes mantêm conversações de paz em Maputo, perante mediadores internacionais.

Os Estados Unidos apresentam-se como o maior parceiro bilateral de Moçambique, mas em maio anunciaram a revisão do seu apoio, em resultado do escândalo das dívidas escondidas das contas públicas pelo anterior Governo moçambicano.

Um dos principais investimentos esperados em Moçambique nos próximos anos é liderado pela norte-americana Anadarko, num de dois consórcios de exploração de uma das maiores reservas de gás natural do mundo.

AYAC/HB // MP

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