O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje acreditar que a greve da Função Pública, na sexta-feira, terá "uma grande adesão", que será marcada pela "defesa do interesse público e da prestação de serviço público".

"A sensação que temos é que vai ser uma grande greve, vai ter uma grande adesão", afirmou hoje Arménio Carlos à margem de um plenário dos trabalhadores da Carris, que estão hoje em greve entre as 09:30 e as 15:30, e no qual participou enquanto trabalhador da empresa.

Para o sindicalista será uma adesão, tal como na greve da Carris, "muito marcada pela defesa do interesse público e de uma prestação de serviço público, que neste momento está a ser posta em causa".

"Mas também uma greve marcada pela necessidade de defender as funções sociais do Estado (a Saúde, a Segurança Social e a Educação), que são elementos determinantes do desenvolvimento humano e que levaram Portugal a dar um salto qualitativo em relação a várias áreas, como a esperança de vida, a mortalidade infantil, o aumento das qualificações e das habilitações e também da proteção social", disse.

Arménio Carlos lembrou que esse "salto qualitativo só foi possível com o 25 de Abril de 1974 e com o investimento que foi feito nestas áreas".

"Se por ventura [esse investimento] agora for confrontado com a concretização deste guião do Governo, a sua destruição levaria a situações muito delicadas, e diria até muito perigosas para o futuro do país, que podem passar pela redução da esperança média de vida, pelo aumento da mortalidade infantil e outras coisas tais que naturalmente não desejamos, por isso mesmo estamos também aqui a combater", afirmou.

O agravamento dos cortes para os funcionários públicos levou os sindicatos da UGT e da CGTP a convocarem uma greve que poderá levar, na sexta-feira, ao encerramento de escolas, tribunais, finanças e deixar o lixo por recolher nas ruas.