Maputo, 06 nov (Lusa) - A comunidade da África Austral e a Conferência Internacional sobre a Região dos Grande Lagos (ICGLR) condenaram "os recentes atos de violência" alegadamente perpetrados pela Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, exortando o movimento a "cessar as ações".

Moçambique vive sob o espetro de guerra, devido a confrontos entre o exército moçambicano e alegados homens da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), no centro do país, motivados por desentendimentos entre o Governo moçambicano e o principal partido da oposição em torno da lei eleitoral.

Segundo a estatal Agência de Informação de Moçambique (AIM), num comunicado final sobre a cimeira, dedicada ao conflito na RDCongo, os chefes de Estado da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) e da ICGLR condenaram a Renamo devido "aos recentes atos de violência" alegadamente protagonizados pelo movimento.

No texto final sobre o encontro, realizado na capital da África do Sul, Pretória, os líderes da SADC e da ICGLR apelaram à força política de Afonso Dhlakama para "cessar os atos de violência" contra alvos civis e militares.

Comentando o posicionamento dos chefes de Estado das duas organizações, o primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, que representou na reunião o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, afirmou que África não vai permitir que Moçambique entre numa situação de guerra, como a que assolou o país durante 16 anos.

"Por enquanto, pensamos que esta é uma matéria interna que, nós os moçambicanos, podemos resolver entre nós", afirmou Alberto Vaquina, em resposta a perguntas dos jornalistas sobre um eventual pedido de apoio militar à SADC.

O Zimbabué, país vizinho e parceiro de Moçambique na SADC, já anunciou a sua disponibilidade para intervir militarmente contra a Renamo, caso a instabilidade afete o seu comércio internacional, que transita pelo corredor moçambicano da Beira, centro do país, região afetada pelos confrontos.

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