Professora confessa ter ajudado o suspeito de Aguiar da Beira e GNR desmente intenção de o matar
Porto Canal (SYM)
A professora e ex-companheira do suspeito dos crimes sangrentos de Aguiar da Beira, admitiu ter emprestado uma carrinha a Pedro Dias, após este ter disparado contra elementos da GNR. Apesar da confissão, a Polícia Judiciária não a considerou cúmplice do criminoso. Esta quinta-feira, a GNR, veio a público desmentir que os militares têm ordem para matar o suspeito.
A ex-companheira do homem que cometeu os polémicos crimes em Aguiar da Beira, confessou à Polícia Judiciária, durante o interrogatório a que foi sujeita esta terça-feira, que recebeu um telefonema de Pedro João Dias, em que este lhe pedia emprestada uma carrinha pick-up. A professora que dá aulas em Sátão, emprestou-lhe o veículo mas afirmou à polícia que quando o fez desconhecia que o suspeito tinha assassinado um GNR e ferido outro.
A ex-companheira de Pedro Dias, que reside na aldeia de Algodres, não foi considerada cúmplice deste e explicou que terminou a relação com o fugitivo da polícia há dois anos. Os motivos foram segundo conta, a instabilidade emocional, a infidelidade do homem e as dívidas deste. Sabe-se ainda que durante o tempo em que os dois mantiveram o relacionamento, geriram uma exploração agrícola e compraram duas carrinhas pick-up.
De acordo com o que é sabido Pedro Dias baleou os dois elementos da GNR, na terça-feira, depois de se aperceber que os militares comunicavam à central-rádio que estavam a suspeitar deste. Pedro Dias terá ouvido, através da rádio dos polícias: ”Cuidado que este indivíduo anda armado". Conforme o Porto Canal avançou esta quarta-feira, a propriedade deste indivíduo já tinha sido investigada em 2014, altura em que foram apreendidas armas.
Na quarta-feira, perto das 19 horas, a GNR avançou em comunicado que as buscas seriam canceladas, mantendo-se, no entanto, alguns militares na zona.
Esta quinta-feira, a GNR veio desmentir o que um órgão de comunicação social tinha avançado, que dizia que os militares envolvidos na caça ao suspeito dos crimes de Aguiar da Beira tinham ordem para matar.
Num comunicado, a GNR disse que "apesar da gravidade dos factos ocorridos, tendo a instituição perdido um dos seus militares, em momento algum foi dada a ordem mencionada, uma vez que a utilização da força está devidamente definida na lei e nos regulamentos e normas internas da própria instituição. A GNR é uma instituição que defende acima de tudo o estado de direito democrático do nosso país, pelo que toda a atividade da instituição e dos seus militares é regida pelo estrito cumprimento das leis da República Portuguesa".