Passos Coelho espera que Governo não insista no "irrealismo" no Orçamento de 2017
Porto Canal com Lusa
Felgueiras, Porto, 07 out (Lusa) - O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse hoje esperar que o Governo tenha "aprendido a lição deste ano", sobre o menor crescimento da economia do que previra, e que, no Orçamento de 2017, não insista no "irrealismo".
"Espero que o Governo aprenda com esta lição deste ano e no cenário macroeconómico que vai apresentar estabeleça metas que possam ser mais realistas e consentâneas com as previsões da generalidade das instituições que se pronunciam sobre a matéria", afirmou o líder social-democrata, em declarações aos jornalistas.
Falando em Felgueiras, onde hoje visitou uma empresa de produção de calçado, Passos comentava os dados revelados hoje pelo Banco de Portugal que apontam para as previsões de crescimento da economia, este ano, de 1,1%, abaixo dos 1,3% previstos em junho e dos 1,6% registados no conjunto de 2015.
"É apenas mais um dado que aponta no mesmo sentido de outros que têm vindo a ser divulgados. A perspetiva de um crescimento muito modesto este ano é praticamente uma certeza admitida muito tardiamente pelo Governo e até pelo primeiro-ministro", comentou.
O ex-primeiro ministro recordou que o PSD tinha chamado a atenção "para essa forte possibilidade desde início", por entender que "as previsões do Governo eram muito exageradas e isso não ajuda depois a fazer planos que corram bem".
"Nessa altura, muitas instituições disseram que havia previsões demasiado otimistas", acrescentou.
O presidente do PSD insistiu ser importante que o Governo, que está a ultimar a proposta de lei do Orçamento para 2017, "não insista no mesmo irrealismo".
"Não devemos ser tão imprudentes, quando tudo à nossa volta parece não indicar um caminho de grande otimismo e nos ponhamos aqui a fixar metas que, à partida, não serão alcançadas", concluiu.
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