Lisboa, 31 out (Lusa) - O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, apelou hoje ao fim do "discurso desresponsabilizador" do mérito das empresas e dos trabalhadores no decréscimo do desemprego.

"É bom terminar com este discurso desresponsabilizador do mérito de Portugal, dos portugueses, das empresas e dos trabalhadores", afirmou o líder parlamentar centrista no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2014.

Nuno Magalhães referia-se à taxa de desemprego que se situou, em setembro, nos 16,3%, ligeiramente abaixo dos 16,5% registados em agosto e dos 16,4% verificados um ano antes, conforme revelou hoje o Eurostat, o gabinete de estatística da União Europeia.

"É um facto positivo, senhores deputados, é um facto e é positivo. Não devem fazer disto uma tragédia, isto é um facto bom para os portugueses, é um facto que se deve muito ao mérito das empresas e dos trabalhadores portugueses", afirmou Nuno Magalhães, destacando que "é a primeira vez desde 2008 em que há também um decréscimo em termos homólogos".

De acordo com o Eurostat, apesar desta ligeira descida em termos mensais, Portugal mantém a quinta taxa de desemprego mais elevada da União Europeia, apenas atrás da Grécia (27,6%), da Espanha (26,6%), da Croácia (17,2%) e de Chipre (17,1%).

O CDS-PP voltou a defender que "a oito meses e a três avaliações" do fim do programa de assistência económica e financeira "exige-se da parte de todos responsabilidade, especialmente de diálogo e compromisso".

Nuno Magalhães situou a necessidade de consensos sobretudo na reforma do IRC e também na reforma do IRS, para a qual foi anunciada pelo vice-primeiro-ministro na quarta-feira a criação de uma comissão.

Na reposta, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou que para "defender os interesses nacionais" Governo e oposição estão "livremente condenados" a entender-se, "sem complexos", sem que tal tenha que acontecer "às escondidas".

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