Redação, 01 jun (Lusa) -- O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) disse à Lusa que Portugal ainda está a "gatinhar" no que diz respeito à captação do mercado turístico chinês e que, apesar dos esforços, pode passar despercebido.

Para Pedro Costa Ferreira, "a abordagem ao mercado chinês é particularmente difícil para os operadores portugueses", sobretudo "porque não existe conhecimento do país", pelo que Portugal é ainda uma "start-up" face à China, apesar de o primeiro português ter chegado à China, há 500 anos, em 1513 e de Portugal ter administrado Macau durante quase 450 anos.

O presidente da APAVT referiu ainda que a promoção turística num mercado como a China é complexa também porque "não existe um mercado chinês por definição, mas existe uma diversidade de mercados chineses, pelo que a exploração dessa diversidade exige recursos consideráveis".

Em 2011, Portugal recebeu 40.533 visitantes provenientes da China, o que representou um aumento de 25,95%face ao ano anterior, num total de 77.892 dormidas, mais 23,29% do que em 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística disponibilizados pelo Turismo de Portugal.

"Não tenho uma ideia naturalmente negativa da promoção portuguesa na China. Tenho a ideia de que temos de dar tudo o que temos e que, mesmo assim pode acontecer, se me permite a expressão, que os chineses não se apercebam de que nós existimos", alertou Pedro Costa Ferreira.

Para promover a oferta turística portuguesa, a APAVT integrou duas viagens à China com membros do Governo no ano passado e formalizou protocolos com três congéneres locais.

Pedro Costa Ferreira salientou que outra das vantagens da China, para além do número potencial de turistas, é que os visitantes provenientes daquele país "quando procurarem Portugal não procurarão nunca o produto sol e mar", o que significa que a aposta nos restantes produtos como cultura e história deve ser reforçada.

Em 2012, a China ultrapassou a Alemanha em termos de mercados emissores de turistas e tornou-se no mais importante país para o setor em termos de despesa, revelou a Organização Mundial de Turismo (OMT) com base em números referentes a abril.

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