Sanções: BE apela ao consenso e união do país contra humilhação da Comissão Europeia

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 jul (Lusa) - O BE apelou hoje ao consenso e união para defender Portugal da humilhação à qual a Comissão Europeia quer sujeitar o país com sanções, considerando que o Governo tem que usar todos os meios para rejeitar a sua aplicação.

"O Governo não pode aceitar as sanções, tem de usar todos os meios ao seu dispor para rejeitar a aplicação de sanções e o Bloco estará ao lado de todas e todos aqueles que acham e que querem impedir sanções ao país", disse a deputada do BE, Mariana Mortágua, aos jornalistas, no parlamento, depois de o Ecofin ter confirmado a punição a Portugal e Espanha.

Na opinião dos bloquistas, "isto não se trata de esquerda, não se trata do Bloco de Esquerda, do PS", mas sim de "defender o país contra o autoritarismo da Comissão Europeia", deixando um apelo claro: "que haja um consenso para que possamos defender o país desta humilhação porque esta é uma matéria que diz respeito a todas e a todos".

"A Comissão Europeia quando vem agora propor sanções às suas próprias políticas e às políticas de Passos Coelho que lhe obedeceu cegamente, para além de não ter qualquer credibilidade, está a fazer um ataque a todas as pessoas que sofreram com a austeridade neste país, mas está também a fazer um ataque ao Governo que está a tentar ter uma política diferente, de crescimento económico, que rejeita a austeridade", criticou.

Apelidando as sanções de "inaceitáveis e ilegítimas", Mariana Mortágua destaca que estas "provêm de uma Comissão Europeia que perdeu a credibilidade e quer usar Portugal apenas para reforçar uma autoridade que está a perder por todas as decisões erradas que tomou no passado e que está a tomar no presente".

"Eu penso que acabou o tempo de Portugal ser a cobaia da Comissão Europeia", enfatizou, acrescentando que Portugal não se pode mais sujeitar "a estes devaneios, aos radicalismos de uma Comissão Europeia que está perdida".

A deputada do BE voltou a insistir na proposta de referendo do partido, considerando que "se as sanções forem em frente, é legítimo referendar o mecanismo que impõe sanções".

"Se chegamos à conclusão que as sanções não fazem sentido, então provavelmente o tratado também não faz sentido", justificou.

Sobre uma possível sanção zero, Mariana Mortágua defende que "embora não tenha efeitos monetários, é uma humilhação ao país", sendo "a disciplina pela humilhação".

O Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) decidiu hoje, em Bruxelas, que Portugal e Espanha irão ser alvo de sanções por não terem adotado "medidas eficazes" para corrigirem os défices excessivos.

JF (ACC/IG) // SMA

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