PS tenta "governabilidade" da Câmara de Monção após vitória por três votos

| Política
Porto Canal / Agências

Monção, 17 out (Lusa) - O novo presidente de Câmara de Monção (PS), eleito por uma vantagem de três votos face ao candidato social-democrata, disse hoje estar a tentar negociar com a oposição um acordo de "governabilidade" para os próximos quatro anos.

A informação foi transmitida à Lusa pelo próprio Augusto Domingues, que venceu as eleições autárquicas de 29 de setembro, para a Câmara, com 4.744 votos, após verificação dos nulos (diferença anterior era de quatro votos), garantindo três mandatos para o executivo municipal, contra os quatro eleitos da oposição.

"Face aos números que temos destas eleições podemos discutir tudo com a oposição, menos a presidência, fui eu o cidadão mais votado. Mas estamos a tentar com todos os partidos uma solução que garanta a governabilidade da autarquia para o mandato", apontou o socialista.

Do lado do PSD, a lista liderada por António Barbosa - que ainda viu o Tribunal Constitucional rejeitar um recurso alegando irregularidades no processo eleitoral por ter entrada fora do prazo -, ficou a três votos do PS, com os mesmos três mandatos.

Já o CDS-PP, cuja lista foi liderada por Abel Baptista, arrecadou 2.221 votos e conseguiu eleger um vereador, pelo que nenhuma das três forças obteve uma maioria de eleitos para a Câmara, o mesmo acontecendo para a Assembleia Municipal, órgão em que o Bloco de Esquerda também conseguiu eleger um representante.

"Já me reuni com os elementos do PSD na quarta-feira e na sexta-feira estarei com o CDS-PP. Também vou falar com os representantes do Bloco de Esquerda, para tentarmos, todos juntos, uma solução", apontou Augusto Domingues, ainda vice-presidente da Câmara, cargo que ocupa desde 1997, sempre pelo PS.

A tomada de posse do executivo está já agendada para segunda-feira mas o novo presidente eleito - que se estreou em 2013 como cabeça-de-lista -, ainda não sabe com que equipa contará. É que o socialista admite negociar a atribuição de pelouros a tempo inteiro à oposição, para garantir a "estabilidade governativa" do município.

"Para já ainda não chegamos a conclusões, mas esperamos ter, antes da próxima reunião de Câmara [25 de outubro], alguma coisa definida. Ou sim ou não, porque o melhor para Monção é poder ser governado e nenhum dos elementos das várias listas quer o contrário", disse.

Caso falhe a tentativa de acordo com a oposição, Augusto Domingues admite avançar com "entendimentos pontuais" com PSD e CDS-PP, assumindo que "a última coisa" que "os partidos e a população" podem "desejar" é ter de ir novamente a votos.

"É com estes números que temos de governar Monção durante quatro anos e é neste cenário que temos de encontrar uma solução", rematou.

A Câmara de Monção era liderada há 16 anos por José Emílio Moreira (PS) que, devido à lei da limitação dos mandatos autárquicos, não se pôde recandidatar nestas eleições.

A votação do PS caiu em 2013 praticamente para metade, face a 2009, (68,37% há quatro anos), enquanto o PSD quase duplicou (dos anteriores 20,89%) o resultado.

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Lusa/fim

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