OE2014: AHRESP "desiludida, indignada e revoltada" com manutenção do IVA em 23%
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Porto Canal / Agências
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Redação, 15 out (Lusa) - A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal está "desiludida, indignada e revoltada" com a manutenção do IVA nos 23% e considera que é o setor que "está a pagar" a "não restruturação" do Estado.
Em declarações à agência Lusa, reagindo à proposta de Orçamento do Estado para 2014 (OE2014), do qual decorre a manutenção da taxa de IVA nos valor atual, não prevendo uma redução como reclamava a AHRESP, o secretário-geral daquela entidade, José Manuel Esteves afirmou que o próximo ano será "de luto" na restauração.
O responsável anunciou ainda que o conselho nacional consultivo da associação vai analisar o OE2014, em reunião extraordinária, para "decidir formas de luta" contra a "decisão política" do Governo.
"A restauração está desiludida, indignada e revoltada com a decisão do Governo. Estamos a pagar pela não restruturação do Estado", afirmou José Manuel Esteves.
Para este responsável, a manutenção da taxa de IVA nos 23% na restauração é uma "atitude punitiva" por parte do Governo liderado por Pedro Passos Coelho que vai agravar a situação dos empresários do setor e que tem na base "a ilusão" do aumento de receitas fiscais.
"Desconhecemos as razões do Governo para manter o IVA assim. Mas com o IVA a 23%, 2014 vai ser um ano de luto para a restauração em Portugal. Há empresas que não pagam os impostos para pagar aos funcionários. É pura ilusão o Governo pensar que vai aumentar receitas por esta via", afirmou.
José Manuel Esteves apontou "para breve" uma tomada de posição sobre o documento hoje entregue no Parlamento pela ministra das Finanças.
"Vamos convocar com caracter de urgência o conselho consultivo nacional para numa reunião extraordinária analisar a proposta do Governo e decidir por formas de luta", adiantou.
A proposta de lei do Orçamento do Estado entregue hoje no Parlamento pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, prevê ainda que seja "aplicada uma redução remuneratória progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório, às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado, sem qualquer exceção, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos".
O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos aposentados, reformados e pensionistas vai ser pago em duodécimos no próximo ano, segundo a proposta, que mantém a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) sobre as pensões.
No documento, o Governo refere que o défice orçamental deste ano vai resvalar para os 5,9% do PIB, superando os 5,5% definidos para 2013 entre o Governo e a 'troika' e confirma as previsões macroeconómicas, apontando para um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7% em 2014.
JYCR // MSF
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