A eutanásia é praticada nos hospitais públicos?

| País
Porto Canal (MYF)

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros defende que sim. A participar no programa 'Em Nome da Lei’, na rádio Renascença, Ana Rita Cavaco revelou que a eutanásia é praticada nos hospitais públicos e que já assistiu a situações em que os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sugeriram dar insulina a doentes em situação terminal para lhes causar o coma e provocar a morte.

“Vivi situações pessoalmente, não preciso de ir buscar outros exemplos. Vi casos em que médicos sugeriram administrar insulina àqueles doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano, por isso vamos falar abertamente”, explicou Ana Rita Cavaco. "Não estou a dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações", acrescentou.

A bastonária afirma que a eutanásia é praticada nos hospitais públicos e defende mesmo que existem outras "figuras públicas que já o admitiram, e mais vale admitirmos que há coisas que não estão legisladas, mas que são feitas”, sublinhou. Questionada sobre se este processo é um crime, Ana Cavaco disse que sim, "mas isso acontece em todos os setores da sociedade, mais vale discutir”.

Assinante da petição Direito a Morrer com Dignidade, um manifesto em defesa da despenalização da morte assistida que reuniu assinaturas suficientes para ser debatida na Assembleia da República, Ana Rita Cavaco diz que a assinou pela experiência de sofrimento com que se tem deparado na sua vida profissional, uma vez que existem casos em que os cuidados paliativos não conseguem aliviar o sofrimento das pessoas.

Opiniões opostas: "Os médicos servem para ajudar a viver e a eutanásia ajuda a acabar com a vida"

No entanto, existem outros profissionais da área que não concordam com esta tomada de decisão. Em declarações á Renascença, Isabel Garriça Neto, médica e deputada do CDS, explica que durante os 20 anos de experiência com doentes terminais, só em situações muito pontuais os cuidados paliativos não conseguem acabar com a dor intolerável. Acredita que o problema está em não haver cuidados paliativos em todos o país e só existem cerca de 300 camas no SNS, por isso, aumentar os serviços é o que deve ser feito para evitar que pessoas estejam em sofrimento intolerável.

"Isto não é um tratamento médico. Porque é que não são os enfermeiros ou os juristas a fazê-lo. Os médicos servem para ajudar a viver e a eutanásia ajuda a acabar com a vida. Ponto final parágrafo”, defendeu. Galriça Neto alerta ainda que não está apenas em causa a sua aplicação a doentes terminais.

“O manifesto diz ‘acabar com a vida de pessoas com uma doença incurável e em sofrimento profundo’ e não no fim da vida. Ora isto é um eufemismo. Um diabético, por exemplo, antes de ser amputado ou ficar cego poderá pôr término à vida porque está num sofrimento intolerável”, ilustra.

Já Vitor Feytor Pinto, responsável pela Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa, mostra-se contra o conteúdo e a forma da petição. Defende que a morte assistida não é a "precipitação da morte".

“A morte digna é a morte assistida com cuidados eficazes, assistida com a companhia da família, assistida com a terapia de compaixão indispensável e com os apoios religiosos que o doente tem direito. Tudo isso é que é morte assistida. Considerar morte assistida a precipitação da morte, não o é, não pode ser”, avançou Feytor Pinto.

+ notícias: País

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.

FC Porto em sub17 recebe e vence Padroense 2-1

A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e bateu este domingo o Padroense (2-1), no Olival, em jogo da 11.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Juniores B. Francisco Ribeiro (41m) e Pedro Vieira (62m) assinaram os golos dos Dragões, que mantêm a liderança da série Norte, com 28 pontos, mais três do que o Sporting de Braga.