MNE do Quénia diz que havia "dois ou três" norte-americanos entre autores de ataque
Porto Canal / Agências
Washington, 24 set (Lusa) -- A ministra dos Negócios Estrangeiros do Quénia, Amina Mohamed, afirmou hoje que havia "dois ou três" norte-americanos entre os autores do ataque a um centro comercial, este fim de semana, em Nairobi, do qual resultaram 62 mortos.
Durante o programa informativo "Newshour", da cadeia PBS, a chefe da diplomacia queniana explicou que os norte-americanos envolvidos tinham entre 18 e 19 anos, eram de origem somali e árabe, sendo que um deles é proveniente do estado do Minnesota.
A ministra dos Negócios Estrangeiros queniana também confirmou o envolvimento de uma mulher britânica que, segundo as informações de que dispõe, já teria participado noutros atentados terroristas.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, assegurou que as autoridades estão a trabalhar no sentido de determinar se efetivamente algum cidadão norte-americano esteve envolvido no ataque, sem facultar, contudo, detalhes sobre a investigação.
A confirmar-se, esta não seria a primeira vez que um grupo radical recruta norte-americanos para as suas fileiras.
O Exército queniano já assumiu o "controlo" do centro comercial "Westgate", situado na capital, ocupado desde sábado pela milícia fundamentalista somali "Al-Shebab".
A milícia somali Al-Shebab, com ligações à Al-Qaida, reivindicou a autoria do ataque, que começou a meio do dia de sábado, quando homens armados entraram no complexo, atirando granadas e disparando armas automáticas.
A Al-Shebab justificou o ataque como sendo uma retaliação pela intervenção militar queniana na Somália, onde militares do Quénia se encontram a combater os islamitas.
A polícia queniana deu conta, entretanto, da detenção de mais de dez suspeitos ligados ao ataque, que durou mais de 60 horas, do qual resultaram pelo menos 62 mortos e 180 feridos.
Segundo a Cruz Vermelha, há ainda cerca de 60 pessoas dadas como desaparecidas, por estarem incontactáveis desde o ataque.
Durante estes últimos três dias, as forças de segurança e as corporações de voluntários conseguiram retirar cerca de mil pessoas do "Westgate", um dos centros comerciais mais luxuosos da cidade e frequentado por expatriados e quenianos da classe alta.
Este foi o pior ataque terrorista em Nairobi, desde o bombardeamento da embaixada dos EUA pela Al-Qaeda, em 1998, que causou mais de 200 mortos.
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