Salário mínimo nos 530 euros continua a valer menos do que a primeira remuneração fixada em 1974
Porto Canal com Lusa
O salário mínimo nacional (SMN) nos 530 euros em 2016, proposta do Governo de António Costa que deverá ser levada à concertação social na quinta-feira, vale menos três euros do que o primeiro, fixado em 1974.
Mesmo que se concretize o aumento de 25 euros em 2016, dos 505 euros para 530 euros, o SMN continuará a valer menos do que os 3.300 escudos fixados em 1974, o equivalente a preços atuais a 533,26 euros, isto é, os seus beneficiários perderam poder de compra face a essa altura.
Uma das primeiras medidas após o 25 de Abril de 1974 foi a criação do SMN com o valor a ser fixado em 3.300 escudos, o que corresponde a 16,5 euros em moeda atual, valor que sujeito à conversão com base no índice de preços do consumidor de 2014, na página do Instituto Nacional de Estatística (INE), equivale a 533,26 euros.
Desde outubro de 2014, o valor do salário mínimo nacional é de 505 euros por mês, menos de 28,26 euros do que a remuneração fixada em maio de 1974, o que significa que os beneficiários perderam poder de compra face há 40 anos.
Mesmo com o aumento previsto para 2016, para os 530 euros propostos pelo PS, os beneficiários desta remuneração continuam a perder poder de compra face àquela época considerando o índice de preços do consumidor de 2014, que não tem ainda em conta a inflação de 2015.
O Governo socialista propõe, no Programa de Governo, uma trajetória de aumento do SMN: 530 euros em 2016, 557 euros em 2017, 580 euros em 2018 e 600 em 2019.
Ainda antes de ter assumido o Ministério da Economia, o economista Manuel Caldeira Cabral defendeu, em entrevista à Antena1/Económico, que o aumento do SMN para os 530 euros em 2016 "é possível", mas "não significa que seja a 01 de janeiro".