Refugiados em Berlim desesperam e protestam contra longa espera

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Porto Canal com Lusa

Zagreb, 18 set (Lusa) - O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, anunciou hoje que a Croácia vai encaminhar os migrantes no território para a Hungria.

Questionado sobre a transferência de migrantes para a Hungria, Milanovic afirmou "não ter outra escolha" e que era uma decisão legítima.

"A Hungria fechou a fronteira com arame farpado, o que não é uma solução, mas a solução também não é que todas estas pessoas fiquem na Croácia", insistiu, criticando violentamente a incapacidade da UE em encontrar uma solução para a crise migratória.

"O problema (criado pelos migrantes) é uma consequência da incapcidade da Europa de resolver o que devia ter sido resolvido há muito tempo, na fronteira entre a Turquia e a Grécia", disse.

O responsável croata advertiu "todos aqueles que não querem simplesmente encontrar uma solução" que a Croácia não será "um ponto quente".

Zagreb vai pôr em prática "um plano B", acrescentou, precisando que o procedimento de registo dos migrantes ia "ser simplificado".

Sobre a possibilidade de transferir os migrantes para a Eslovénia, Milanovic considerou que "a Hungria está três vezes mais perto".

"Não vejo qual é o problema para a Eslovénia e a Hungria de deixarem passar estas pessoas", disse.

Esta manhã, o ministro do Interior, Ranko Ostojic, tinha afirmado que a capacidade de acolhimento do país "estava saturada", com a entrada de cerca de 13 mil migrantes desde quarta-feira.

Na quinta-feira, as autoridades croatas decidiram fechar "até nova ordem" sete dos oito postos fronteiriços com a Sérvia.

Esta decisão mantém a pressão sobre a UE, cujos dirigentes se vão reunir na próxima semana para tentar ultrapassar as suas divisões sobre uma resposta comum à crise migratória.

A Croácia é a nova rota para a Europa ocidental, depois do encerramento da fronteira entre a Sérvia e Hungria, palco na quarta-feira de confrontos entre migrantes e forças de segurança.

EJ // PJA

Lusa/Fim

Berlim, 17 set (Lusa) - Centenas de imigrantes protestam na capital alemã contra as longas filas de espera para pedido de asilo, com muitas famílias e idosos a dormirem ao relento durante semanas para conseguirem o estatuto de refugiado.

O protesto teve início quinta-feira, depois de um candidato a asilo de nacionalidade iraquiana, num ato de desespero, ameaçar atirar-se do décimo andar de um edifício da Secretaria de Estado da Saúde e Assuntos Sociais (LaGeSo) por estar há 20 dias à espera de ser atendido. O refugiado saiu ileso e acabou por ser convencido a descer pelas autoridades.

O centro de refugiados da LaGeSo, que recebe em média cerca de 2 mil imigrantes por dia, é o primeiro local onde se dirigem os candidatos a asilo chegados a Berlim para pedirem o estatuto de refugiados.

As filas podem ir até um mês de duração e, durante esse período, os imigrantes dormem "na rua, nos parques, por aí", explica Mohanad, de nacionalidade síria.

Mohanad, 21 anos, saiu de Damasco a 2 de setembro e, durante 10 dias, passou por 8 países: cruzou a fronteira para o Líbano e depois para a Turquia. Atravessou o mediterrâneo de barco de borracha até à ilha grega de Samos e continuou por mar até Atenas. Seguiu a pé até à Macedónia e à Sérvia e de comboio chegou à Hungria, Áustria e, finalmente, Alemanha.

"Foi tão difícil, estive acordado durante 10 dias", recorda o jovem sírio, queixando-se da forma como foi recebido na Grécia pelas autoridades e habitantes: "A polícia gritava, fui a algumas pensões e não me quiseram hospedar, expulsaram-me".

Mohanad diz que, apesar do tempo de espera na Alemanha, agradece a receção em Berlim onde, de segunda a sexta-feira, centenas de voluntários distribuem refeições, roupa, fraldas e cobertores.

Para trás ficou a família - duas irmãs e um irmão - mas o candidato a asilo decidiu que era hora de partir há cerca de 2 meses: "Em Damasco vivia no último andar de um edifício. Há dois meses, 3 bombas caíram no telhado. Não havia condições para ficar".

Mehdi, afegão de 22 anos, chegou a Berlim há um dia mas esteve na estrada durante um mês e lamenta a receção na Hungria onde mal conseguiu "comer ou dormir". Agora quer estudar alemão e ficar no país que "é muito bom para os afegãos".

John e Risa, dois amigos sírios, também querem continuar os estudos em economia na Alemanha mas gostavam de voltar à terra.

"Nenhum de nós quer vir para cá", explica Risa de 19 anos. A viagem de 12 dias foi "difícil" mas abraçam-se enquanto dizem: "Viemos juntos, conseguimos chegar".

Tinham alguns membros da família à espera em Berlim e agora aguardam na fila para o pedido de asilo e esperam ser recolocados num dos vários campos que a Alemanha disponibilizou para recebimento de imigrantes.

Desde o início da crise de refugiados na Europa, a Alemanha tem assistido a um fluxo de dezenas de milhares de requerentes de asilo, motivando o controlo e encerramento das fronteiras.

SYRO // PJA

Lusa/Fim

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