Amnistia Internacional pede "mudanças drásticas" à política de refugiados da UE
Porto Canal com Lusa
Londres, 09 set (Lusa) -- A Amnistia Internacional pediu hoje que a Europa mude drasticamente a forma como está a lidar com a crise de refugiados, criticando a resposta dos líderes dos países, que considera "fragmentada e incoerente".
A organização de defesa dos direitos humanos lançou um plano de cinco pontos para ajudar atenuar o impacto da crise, no dia em que se espera que a Comissão Europeia anuncie uma proposta de quotas obrigatórias para os países da União Europeia.
"O grau de sofrimento que enfrentam os refugiados que fogem à violência e às violações dos direitos humanos chegou a um nível nunca visto da Europa desde a II Guerra Mundial", disse John Dalhuisen, diretor da Amnistia Internacional para a Europa e Ásia Central.
"A resposta à crise dos refugiados na Europa tem sido fragmentada e incoerente numa altura em que nunca foi tão grande a necessidade de uma liderança clarividente e de uma reforma ao sistema, em colapso, de asilo na Europa", acrescentou.
A Amnistia Internacional instou os líderes europeus a apoiarem os países que estão na linha da frente, onde chegam mais refugiados, a garantir que os refugiados que chegam a Estados fronteiriços têm acesso ao território europeu, e a recorrerem a um sistema de deslocação de emergência para aliviar a pressão nos países fronteiriços.
A organização sugere também que sejam revistas as leis que limitam a liberdade de movimentos de requerentes de asilo na União Europeia, enquanto os países fronteiriços devem evitar maus-tratos e uso excessivo de força contra refugiados.
"Há uma crise global de refugiados e não apenas uma crise europeia de refugiados. Os líderes europeus não podem ignorar isto e virar costas às trágicas consequências", conclui a Amnistia.
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