Municípios disponíveis para cooperar em estratégia nacional
Porto Canal com Lusa
Viseu, 08 set (Lusa) -- A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) mostrou-se hoje disponível para "cooperar ativamente" na construção de soluções para os refugiados, no âmbito de uma estratégia que considera ter que ser delineada a nível nacional.
"Os municípios estão prontos a cooperar com as entidades do Estado na realização de uma estratégia que seja cuidadosamente desenvolvida e também em articulação com os outros Estados da União Europeia, em especial o espaço Schengen", afirmou aos jornalistas o presidente da ANMP, Manuel Machado, no final da reunião do conselho diretivo, realizada em Viseu.
Manuel Machado, também presidente da Câmara de Coimbra, frisou que, antes de mais, esta é uma questão que tem de ser "tratada pelas instâncias responsáveis ao nível da União Europeia, dos responsáveis pela gestão do espaço Schengen e pelos Governos de cada Estado-Membro da União Europeia".
"Provavelmente, vai ser necessário alargar o âmbito territorial das intervenções e incluir a Síria, a Líbia e outros territórios que estão em enormes dificuldades, estado de guerra, perseguições, conflitos gravíssimos do ponto de vista étnico, religioso, político e económico", considerou.
O líder da ANMP realçou que "tudo isto tem que ser encarado com enorme rigor, com capacidade de intervenção operacional", sendo "essencial a postura dos Governos de cada um dos Estados-Membros".
Para que estas pessoas sejam "verdadeiramente acolhidas e integradas", a ANMP entende ser necessário "que tenham possibilidade de acesso à saúde, à educação, ao trabalho", ou seja, um "modo de vida tanto quanto possível normal", com um bom acolhimento da parte das comunidades.
Segundo Manuel Machado, esta não é apenas uma crise humanitária, mas também civilizacional, sendo importante que as soluções sejam encontradas "de forma conjunta, conjugada, responsável, serena e articulada com a compreensão dos concidadãos que devem ter um espírito de abertura para acolher estas pessoas que estão numa situação desgraçada e que procuram ajuda".
Questionado sobre os municípios que já se declararam disponíveis a acolher refugiados mesmo sem estar delineada a estratégia nacional, o presidente da ANMP considerou que "estão a emitir, na prática, um grito de alma que a angústia da imagem que chega impele".
"O que está a ser estruturado é uma intervenção organizada, com os níveis de responsabilidade e capacidade de ação correspondentes às atribuições e competências de cada uma das parte e é nesta matriz, nesta estratégia cuidadosamente delineada, que estamos em estado de prontidão para intervir", garantiu.
AMF // SSS
Lusa/fim