Para Merkel, ou há resgate ou é o caos

Para Merkel, ou há resgate ou é o caos
| Economia
Porto Canal (MPM)

O parlamento alemão debate na manhã desta sexta-feira, a aprovação ao terceiro resgate à Grécia. Merkel diz que essa é a única solução, pois a alternativa é o caos.

Angela Merkel abriu as 'hostilidades' com a afirmação de que a Europa assistiu, com a situação grega, a um "drama sem precedentes". A chanceler alemã, em dia do seu 61º aniversário, foi a primeira a falar e referiu as grandes dificuldades dos pensionistas gregos, deixando aos outros deputados a questão se estes imaginariam os pensionistas alemães "alinhados em filas para receber o seu único rendimento mensal".

Para Merkel, a confiança na Grécia "perdeu-se", mas as reformas e a solidariedade serão duas faces da mesma moeda. Porém, aceder a todas as exigências gregas seria impossível, uma vez que se violariam todos os tratados europeus.

Acerca do alívio da dívida grega, uma das questões mais debatidas nos últimos dias, Merkel apenas lembrou que o perdão (haircut) não é permitido na zona euro. A chanceler garantiu um agradecimento ao "seu" ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, pelo seu trabalho incansável, apesar de ambos discordarem sobre o 'Grexit'. A chanceler considera que a saída temporária da Grécia do euro seria inaceitável, ao contrário de Schäuble.

A intervenção de Angela Merkel ficou marcada por algumas críticas ao Governo de Tsipras, que considera responsável pelo declínio da economia grega. No entanto, a aprovação conseguida esta quarta-feira em Atenas, do primeiro conjunto de medidas exigidas pela Europa, encoraja a chanceler.

É esperado que o terceiro resgate à Grécia seja aprovado pela maioria dos deputados do parlamento alemão, solução que para Merkel é a única opção, sendo a alternativa o caos. Admitiu que a Alemanha e a França divergem na opinião sobre a crise grega mas, ambos os países podem encontrar formas de concordar e "mostrar o caminho" aos outros estados europeus.

A chanceler exemplificou a situação de Portugal, tal como a de Espanha e da Irlanda, para demonstrar que a forma como estes países lidaram com as suas crises é a prova de que existem outras perspectivas, alegando que é errado assumir que as reformas e as medidas de austeridade irão estrangular a Grécia.

Antes de passar a palavra ao vice-chanceler Sigmar Gabriel, Angela Merkel reforçou que a Europa e a zona euro sairão mais fortes desta crise, o que lhe valeu fortes aplausos. "Estamos a fazer isto pela Grécia, assim como pelo povo alemão", rematou.

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