Ministros pouco convencidos de que haja um acordo com a Grécia hoje

Ministros pouco convencidos de que haja um acordo com a Grécia hoje
| Economia
Porto Canal

Vários ministros das Finanças da zona euro mostraram-se pouco otimistas quanto à hipótese de um acordo com a Grécia no Eurogrupo de hoje, o quarto em pouco mais de uma semana.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, foi ainda mais 'duro' nas declarações aos jornalistas à entrada para o Eurogrupo, em Bruxelas, e disse que, depois de alguns avanços feitos, as autoridades gregas "fizeram marcha atrás" nas propostas apresentadas, pelo que os credores e Atenas estão "ainda mais longe".

O responsável pelo Tesouro da Áustria, Hans Jorg Schelling, qualificou mesmo de "irresponsável" a atitude do Governo grego nas negociações com os credores, acusando-o de ter feito "novas exigências".

O ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, publicou na rede social Twitter uma mensagem também com pouca esperança: "Honestamente, não sei quais são as hipóteses de haver um acordo hoje".

Por seu lado, o ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, afirmou que "persistem as divergências" entre os credores internacionais e Atenas, mas ainda assim afirmou estar "otimista", apesar da "situação complexa" que se vive e de estar a acabar o mês de junho e com ele o tempo para Atenas chegar a um acordo e receber dinheiro de modo a não entrar em incumprimento.

A Grécia tem até 30 de junho - próxima terça-feira - para pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional.

Depois da maratona de negociações entre Atenas e os credores que aconteceu ao longo da última madrugada e durante a manhã de hoje, ao nível técnico mas também entre os líderes das instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), foi conhecido que os credores acordaram um conjunto de propostas que vai ser apreciado pelo Eurogrupo.

No entanto, apesar de essa posição incorporar muitos pontos pedidos por Atenas, o Governo grego ainda não concordou com os documentos apresentados e deverá apresentar a sua contraproposta na reunião desta tarde do Eurogrupo.

Além das divergências relacionadas com impostos, nomeadamente o IVA (imposto sobre o consumo) e mais taxas sobre as empresas, e com cortes nas pensões, está a separar Atenas e os credores um alívio da dívida, com o Governo liderado por Alexis Tsipras a querer um entendimento sobre algum tipo de reestruturação da dívida pública do país, que representa cerca de 180% do Produto Interno Bruto (PIB).


Imagem: EU Council Eurozone

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