Credores começam "imediatamente" a trabalhar nas novas propostas de Atenas
Porto Canal
As instituições credoras da Grécia vão começar a trabalhar "imediatamente" nas novas propostas de Atenas, um documento que o comissário europeu dos Assuntos Económicos classificou como uma "boa base de trabalho", no final da reunião do Eurogrupo.
"Recebemos as propostas [de Atenas] e demos uma primeira vista de olhos", disse Pierre Moscovici, classificando-as como "uma boa base de trabalho, sólida e global".
Falando na conferência de imprensa que encerrou duas horas de reunião dos ministros das Finanças da zona euro, Moscovici salientou que, "com um mandato do Eurogrupo, as instituições vão começar imediatamente a analisar as propostas" e confirmar, nomeadamente, a sua coerência.
"Há muito trabalho a fazer", alertou ainda.
O trabalho das instituições, em conjunto com as autoridades gregas, tem em vista a possibilidade de se chegar em breve a um acordo.
A questão volta a ser discutida, apenas a nível político, na cimeira da zona euro em que Portugal está representado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, com início marcado para as 19:00 em Bruxelas (18:00 em Lisboa).
Ainda na mesma conferência de imprensa, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, falou na possibilidade de se chegar a um acordo com a Grécia "no fim desta semana".
Depois do ceticismo com que vários ministros das Finanças entraram para este Eurogrupo, as declarações aos jornalistas do também ministro das Finanças holandês visam dar um tom otimista para uma solução para a crise grega.
Há cinco meses que se arrasta o processo de negociações entre Atenas e os credores, representados pela 'troika' - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) - quanto às reformas a adotar pelo país, sem o qual os parceiros europeus e os credores não libertam a última parcela do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros.
Se não receber esse dinheiro, ou pelo menos parte dele, a Grécia - que está a poucos dias de ter de pagar os 1,6 mil milhões de euros ao FMI, a 30 de junho, - ficaria muito próxima do 'default' (incumprimento) e aumenta o risco de uma saída da zona euro (o denominado 'Grexit').