Responsáveis europeus baixam expectativas de uma solução hoje para a Grécia
Porto Canal
Vários responsáveis europeus baixaram as expectativas quanto ao que se poderá passar em Bruxelas, onde se realiza ao fim da tarde uma cimeira de emergência sobre a Grécia, mostrando-se descrentes quanto a uma solução já hoje.
Uma das mensagens mais importante neste sentido veio de Berlim, com o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre quem estão postos todos os olhos na cimeira de hoje, a dizer que o encontro dos chefes de Estado e de Governo na zona euro poderá não passar de uma reunião meramente consultiva.
"Sem uma base de decisão, a cimeira desta noite não será senão um conselho de consultas", declarou Seibert, em conferência de imprensa.
No mesmo sentido, à entrada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, que prepara a cimeira de mais logo, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, deu a entender que este ainda não será o Dia D.
"Vou deixar que as instituições deem a sua opinião primeiro (...). Vamos ver se é possível fazer-se uma avaliação final", afirmou o também ministro das Finanças holandês, quando questionado sobre se espera progressos nas negociações com Atenas.
Alguns ministros das Finanças foram ainda mais longe e mostraram o seu pessimismo, considerando que a reunião do Eurogrupo de hoje pode ser uma perda de tempo, uma vez que as propostas da Grécia já chegaram tarde e houve pouco tempo para serem avaliadas.
"Tenho muito baixas expectativas (...) Não vejo um desfecho hoje", disse aos jornalistas o ministro das Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, que foi mesmo mais longe ao afirmar que este dia "é um gasto de milhas".
O ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, considerou, pelo seu lado, que vê "dificuldades" em o Eurogrupo preparar a cimeira desta noite e o responsável pelo tesouro da Bélgica, Johan van Overtveldt, disse que não sabe exatamente o que estará em cima da mesa quanto às propostas gregas: "Estou um bocadinho confuso".
A Grécia está a poucos dias de ter de pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a 30 de junho.
Sem um acordo quanto às medidas a adotar por Atenas, os parceiros europeus e os credores não libertam, pelo menos parte, da última tranche do programa de resgate - de 7,2 mil milhões de euros - o que coloca o país muito próximo do incumprimento ('default') e aumenta o risco de uma saída da zona euro (o famoso 'Grexit').