Sócrates: Defesa deverá responder hoje à tarde à proposta sobre medida de coacção
Porto Canal / Agências
Contactado pela Lusa, Pedro Delille, que defende Sócrates em conjunto com o advogado João Araújo, não quis adiantar o teor da contraproposta a apresentar pela defesa do ex-líder do PS relativamente à proposta do Ministério Público (MP) para alterar a medida de coação e que terá que ser decidida pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) Carlos Alexandre.
A proposta do MP foi revelada no sábado aos jornalistas pelo advogado João Araújo, à saída do Estabelecimento Prisional de Évora.
João Araújo acrescentou que a medida de coação de José Sócrates, que se encontra detido preventivamente desde 25 de novembro de 2014, será analisada na terça-feira e que o ex-líder socialista se irá pronunciar sobre a questão.
O advogado acrescentou ter sido informado da pretensão de alteração da medida de coação pelo MP.
José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, no âmbito da "Operação Marquês". Está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, sendo o único arguido ainda em prisão preventiva neste processo, depois de o empresário Carlos Santos Silva ter passado a prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, no final de maio.
Questionado pelos jornalistas sobre se a proposta de alteração da medida de coação do ex-primeiro-ministro lhe agrada, João Araújo respondeu: "A mim pessoalmente não me agrada".
"Não me agrada, porque acho que não há motivos para qualquer medida de coação, esta ou outra", frisou.
Indagado sobre em que sentido o seu cliente se irá pronunciar, João Araújo disse não ter qualquer ideia, sublinhando que o ex-primeiro-ministro tem até terça-feira para o fazer.
"O que a lei diz é que o arguido tem de se pronunciar, portanto o engenheiro Sócrates tem até terça-feira [quando termina o prazo para a reanálise da medida de coação] para se pronunciar", concluiu.
No âmbito do processo, são ainda arguidos os empresários Joaquim Barroca Rodrigues, do Grupo Lena, Lalanda de Castro e Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o antigo motorista de José Sócrates João Perna.
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