Durante uma palestra na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa, Leonardo Gryner deixou também a certeza que, "neste momento, todas as obras estão dentro do prazo" para receber o maior evento desportivo mundial, entre 05 e 21 de agosto de 2016.

"Não existirão 'elefantes brancos' no Rio de Janeiro. Por exemplo, todas as instalações dos Jogos Pan-americanos de 2007 estão a ser utilizadas. 71% das infraestruturas já existia, sendo apenas 12% novas e os restantes 17% são equipamentos temporários", assinalou.

O responsável da organização do Rio2016 explicou que o valor global ascenderá a 15,3 mil milhões de dólares (13,42 mil milhões de euros), mas precisou que mais de metade provirá de investimento privado e que nele está incluída a construção de uma série de infraestruturas que beneficiarão os habitantes da cidade carioca.

"Os Jogos deixarão um legado desportivo - e lembro que até aos Pan-americanos não se construía uma infraestrutura desportiva no Rio de Janeiro em mais de 50 anos -, mas também um legado transformador, com destaque para o sistema global de transportes e a requalificação da zona portuária, à semelhança do que aconteceu em Lisboa com a Expo98", comparou.

O melhoramento do sistema de tratamento de esgotos da Baía de Guanabara, onde se vão disputar as competições de vela, será outro dos importantes benefícios que os Jogos Olímpicos trarão ao Rio de Janeiro, mas, no total, serão 72 cidades de 17 estados a sofrerem obras de beneficiação com vista à realização do evento.

A organização teve a preocupação de se reunir com os responsáveis governativos com vista a inteirar-se das necessidades da cidade antes de se lançar na projeção do evento, que, ao contrário de edições anteriores, terá um cariz descentralizador, alargando-se a quatro zonas distintas: Barra, Maracanã, Deodoro e Copacabana.

Outras preocupações passaram pela criação de um projeto educativo baseado em valores olímpicos e paralímpicos e que já ganhou letra de lei ao integrar a política pública de educação e na diminuição da pegada ecológica da competição, que levará a que as medalhas conquistadas pelos atletas sejam constituídas à base de material reciclado.

Um total de 240.000 voluntários está já em fase de seleção e a segurança dos Jogos será assegurada "tal como foi em outros grandes eventos que se realizaram na cidade", até porque o Brasil "não tem historial de terrorismo, nem de violência associada a competições deste género".

O presidente do COP, José Manuel Constantino, assinalou que "estes serão os primeiros Jogos Olímpicos em que se falará português", sendo por isso "especiais, pois é um pouco de Portugal que estará lá".

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