AMI atendeu 1.511 sem-abrigo em 2014, menos 10% face ao ano anterior

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Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Assistência Médica Internacional atendeu 1.511 sem-abrigo no ano passado, dos quais 515 pela primeira vez, revela o relatório anual da AMI, que aponta uma descida de 10% no número de casos apoiados face a 2013.

Desde 1999, ano em que a AMI começou a fazer esta contagem, já foram apoiadas 10.405 pessoas em situação de sem-abrigo, o que representa uma média de 650 novos casos por ano, adianta o Relatório de Atividades e Contas 2014 da AMI

Em 2014, a AMI registou uma descida de 6% no número de novos casos atendidos (546 em 2013 e 515 em 2014) de pessoas que se enquadram na tipologia de Sem-Abrigo definida pela Federação Europeia das Organizações que Trabalham com a População Sem-Abrigo.

Esta definição contempla situações de pessoas que estão em centros de acolhimento de emergência ou temporário, que vivam em quartos alugados, em barracas ou em casas sobrelotadas.

Dos novos casos atendidos, 134 eram mulheres (26%), representando um aumento de 116% relativamente a 1999, altura em que seriam 62, referem os dados da AMI.

No total, 1.511 sem-abrigo frequentaram os equipamentos sociais no ano passado (11% do total da população atendida), menos 10% face a 2013.

A AMI explica que "esta redução poderá estar relacionada com a melhoria de articulação institucional com a criação dos Núcleos de Planeamento e Intervenção com os Sem-Abrigo no contexto da estratégia nacional para as pessoas sem-abrigo que tem vindo a ser operacionalizada no contexto das redes sociais".

A maioria destas pessoas (76%) são homens, com idades entre os 40 e os 59 anos (52%), seguidos dos 30 aos 39 anos (18%).

A maior parte destas pessoas (27%) vive na rua, em escadas, átrios, prédios, carros abandonados, contentores e estações, 19% pernoitam em quartos e pensões, 17% residem temporariamente em casa de familiares ou amigos, 11% vivem em centros de emergência ou destinado a vítimas de violência doméstica, 9% em habitações inadequadas e 12% noutros locais não especificados.

A naturalidade da população sem-abrigo que procurou apoio nos equipamentos sociais continua a ser sobretudo portuguesa (78%), seguindo-se os naturais dos PALOP (13%), Outros Países (7%) e de países da União Europeia (2%).

As suas habilitações literárias são baixas, já que a maioria tem o 1º ou 2º ciclo de escolaridade (50%).

Com frequência do 3º ciclo, encontram-se 17%, 8% tem frequência do ensino secundário e 2% do ensino superior.

Os dados referiam também que 4% não tem qualquer escolaridade e 61% não possui formação profissional.

A grande maioria da população sem-abrigo (72%) encontra-se sozinha (solteira, divorciada ou viúva) e 13% é casada ou vive em união de facto.

O grupo das mulheres regista uma maior percentagem de casadas e em união de facto (24%) do que o grupo dos homens (9%).

Já o grupo dos homens regista uma maior percentagem de solteiros, divorciados e viúvos (76%) do que o das mulheres (57%).

As mulheres recorrem com mais frequência ao apoio de familiares e amigos (58%) do que os homens (39%). Por outro lado, a mendicidade é um recurso mais frequente nos homens (16%) do que nas mulheres (7%).

Segundo o documento, a maior parte da população sem-abrigo que recorreu à ajuda da AMI refere encontrar-se nesta situação há mais de 4 anos (22%) ou entre 1 e 2 anos (11%).

HN//GC

Lusa/fim

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