Grécia: Presidente do Eurogrupo fala em "sinais positivos" mas muito caminho a percorrer
Porto Canal / Agências
Riga, Letónia, 24 abr (Lusa) - O presidente do Eurogrupo disse hoje que houve alguns "sinais positivos" na evolução das negociações entre a Grécia e os credores, mas que ainda falta percorrer muito caminho até ser possível um acordo que permita desbloquear a ajuda financeira.
"Recentemente, têm havido sinais positivos, mas há ainda uma longa distância para percorrer", disse Jeroen Dijsselbloem, em conferência de imprensa no final da reunião desta manhã dos ministros das Finanças e Economia da zona euro.
O também ministro das Finanças da Holanda afirmou, mais uma vez. a ideia de que "o tempo se está a esgotar", acrescentando que são necessários mais progressos nas negociações para que haja um acordo e reiterando que isso é necessário "antes de qualquer desembolso".
A Grécia, que não recebe qualquer financiamento dos credores oficiais desde agosto do ano passado, enfrenta graves dificuldades de tesouraria para fazer face aos seus compromissos.
Também em declarações aos jornalistas, o comissário Pierre Moscovici considerou, do mesmo modo, que tem havido progressos nas negociações, sobretudo nos últimos dias, mas que ainda são "limitados".
"A mensagem de hoje é clara. É preciso acelerar", acrescentou o responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia.
O presidente do Eurogrupo admitiu ainda a realização de um Eurogrupo extraordinário, afirmando que a sua "agenda é flexível, não é o problema", mas reiterou que nada está previsto e que para isso é necessário que haja antes um entendimento abrangente entre Atenas e o Grupo de Bruxelas, tal como ficou definido no Eurogrupo de fevereiro.
A Grécia está desde fevereiro a negociar com o agora chamado Grupo de Bruxelas, constituído por Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional (a ex-'troika') e ainda Mecanismo Europeu de Estabilidade, reformas estruturais e medidas de consolidação orçamental para que possa aceder à última tranche do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros.
Durante várias semanas este Eurogrupo foi apontado como aquele em que deveria haver um acordo - pelo menos preliminar - que permitisse a Atenas ultrapassar o impasse, mas as dificuldades em chegar a um entendimento com os credores levou a que se tenha adiado novamente essas perspetivas.
As instituições continuam a exigir medidas mais 'aceitáveis' por parte do Governo liderado por Alexis Tsipras, sobretudo em termos de finanças públicas, pensões, legislação laboral e privatizações.
Quando em fevereiro foi prolongado o atual programa de resgate, até junho, ficou definido o mês de abril como aquele em que deveria haver um entendimento quanto às medidas a adotar por Atenas.
Portugal está representado nesta reunião pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
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