Manoel de Oliveira: "Visita ou memórias e confissões" será exibido em breve
Porto Canal / Agências
O realizador Manoel de Oliveira rodou "Visita ou memórias e confissões", em 1982, para ser mostrado publicamente só após a sua morte e a exibição será feita "nas próximas semanas", disse à Lusa o diretor da Cinemateca, José Manuel Costa.
"É um filme que ele faz, que começa por ser uma referência à casa onde vivia, que teve de deixar por vicissitudes da sua vida. Ao despedir-se da casa quis lembrar coisas da sua vida. Tem um caráter pessoal que, devido a isso, ele pediu para só ser divulgado amplamente depois do seu falecimento", referiu José Manuel Costa.
O filme conta com texto da escritora Agustina Bessa-Luís, vozes de Diogo Dória e Teresa Madruga, e o realizador depositou uma cópia na Cinemateca Portuguesa.
José Manuel Costa explicou à Lusa que o filme deverá ser mostrado no final de abril ou início de maio, em concordância com a família, em Lisboa e no Porto.
"Visita ou memórias e confissões" é "um testemunho pessoal numa fase em que ele podia ainda não ter a visão do que era a sua obra seguinte. Mas já passou tanto tempo!", exclamou o diretor.
Segundo o responsável, Manoel de Oliveira quis reservar a exibição para depois da morte, não porque quisesse ocultar qualquer facto, mas porque tem a ver com a vida dele. "É uma memória pessoal".
Por causa da morte do realizador, ocorrida hoje, no Porto, aos 106 anos, a Cinemateca Portuguesa exibirá hoje à noite "Douro, faina fluvial" e dedicará a programação de segunda-feira, 06 abril, a Manoel de Oliveira, com a exibição de "Francisca", "O quinto império" e "Passado e presente".
O funeral de Manoel de Oliveira realiza-se na sexta-feira, na igreja de Cristo Rei, Porto.
O Governo decretou dois dias de luto nacional pela morte do cineasta, hoje e sexta-feira.