Manoel de Oliveira: Abrunhosa lembra "arrojo cinematográfico" do cineasta

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Porto Canal / Agências

Porto, 02 abr (Lusa) -- O músico Pedro Abrunhosa lembrou hoje o cineasta Manoel de Oliveira como um "homem de profunda ironia" e "arrojo cinematográfico" que afirmou Portugal no cinema europeu e cuja morte "fica diluída na obra imensa" que fica.

"Aos 106 anos, o homem com uma obra com esta envergadura conseguiu ter uma voz no cinema europeu e afirmou Portugal de uma forma inequívoca. Com uma visão única que o coloca ao nível do maior arrojo cinematográfico, o Manoel cumpriu-se aos olhos dos homens e dos deuses que nunca deixou de provocar", assim o descreveu o músico que em 1999 fez parte do elenco do seu filme "A Carta".

Para Abrunhosa, que contou com a arte de Manoel Oliveira numa curta-metragem que acompanhou o seu single de 2002 "Momento", o cineasta "não era um contemplador, era um homem que projetava através da sua visão do tempo e permitia-se uma ironia, o sarcasmo, o gozo".

"O Manoel era um homem de profunda ironia e intervenção artística dionisíaca e de um gozo presente em filmes como Inquietude ou Os Canibais", assinalou o músico para quem hoje "não é um dia triste atendendo à vida que levou" o cineasta que "conseguiu coisas extraordinárias" e "permanecerá na história".

Abrunhosa recordou ainda que Manoel de Oliveira "nunca se vergou operante o poder e a crítica, nunca se deixou abraçar por regimes ou contaminar pelo que a sociedade dizia dele".

"O plano ficava e ficava porque era belo, belo", sustentou Abrunhosa, frisando que "hoje é um dia em que Portugal deve refletir os seus homens" como o Manoel de Oliveira cuja obra deixada "é superior à matéria temporal".

O realizador português Manoel de Oliveira morreu hoje aos 106 anos.

Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nascido a 11 de dezembro de 1908, no Porto, era o mais velho realizador do mundo em atividade.

O último filme do cineasta foi a curta-metragem "O velho do Restelo", "uma reflexão sobre a Humanidade", estreada em dezembro passado, por ocasião do 106.º aniversário.

LIL // MSP

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