Suspeitos estavam "há anos" na lista negra norte-americana

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Porto Canal / Agências

Washington, 08 jan (Lusa) -- Os dois suspeitos do ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo na quarta-feira estavam "há anos" na lista negra de terrorismo efetuada pelos Estados Unidos, segundo um responsável norte-americano das forças da ordem.

Citado pela agência France-Presse, o responsável, sob anonimato, indicou que os irmãos Chérif e Saïd Kouachi figuravam na "lista de vigilância há anos" e da qual constam suspeitos de terrorismo.

Depois do ataque que provocou 12 mortos, os dois homens estão a ser procurados pela polícia francesa no norte do país.

Um outro alto responsável norte-americano acrescentou ao jornal New York Times que Saïd treinou durante "alguns meses" com armas de combate com um membro da Al-Qaida no Iemen, em 2011.

Na manhã de quarta-feira, três homens vestidos de preto, encapuzados e armados atacaram a sede do jornal Charlie Hebdo, no centro de Paris, provocando 12 mortos (10 vítimas mortais entre jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos, quatro dos quais em estado grave.

Um dos alegados autores, Hamyd Mourad, de 18 anos, já se entregou às autoridades e os outros dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, continuam a monte.

Entre as vítimas do ataque estão os cartoonistas Stéphane "Charb" Charbonnier, 47 anos e diretor da publicação, Jean "Cabu" Cabut, 76 anos, Georges Wolinksi, 80 anos, e Verlhac "Tignous" Bernard, 58 anos.

Criado em 1992 pelo escritor e jornalista François Cavanna, o semanário Charlie Hebdo tornou-se conhecido em 2006 quando decidiu voltar a publicar 'cartoons' do profeta Maomé, inicialmente publicados no diário dinamarquês Jyllands-Posten e que provocaram forte polémica em vários países muçulmanos.

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, já deu conta da detenção de nove pessoas das relações dos dois suspeitos, indicando que um deles, Said Kouachi, tinha sido "reconhecido formalmente numa foto como agressor" e que várias buscas tinham sido feitas no seu domicílio de Reims, no nordeste do país.

O seu irmão, Chérif, que foi condenado em 2008 por envolvimento no envio de combatentes para as fileiras da Al-Qaida no Iraque, foi descrito pelos seus conhecidos como "violentamente antissemita", adiantou o ministro.

Os dois irmãos, que já estavam referenciados nos serviços antiterrorismo, foram detetados na manhã de hoje pelo gerente de uma estação de serviço a sul de uma pequena vila da região, Villers-Cotterêts.

PL (RN) // JPS

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