Caça ao homem não dá tréguas no norte de França; nove detenções feitas
Porto Canal
Uma impressionante caça ao homem está em curso no norte de França, onde foram localizados os dois presumíveis autores do atentado contra o semanário Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas e chocou o país.
Membros das forças especiais da polícia e da 'gendarmerie' estão a esquadrinhar, sob chuva, a região da Picardia, onde foi decretado o nível máximo de alerta antiterrorista.
O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, já deu conta da detenção de nove pessoas das relações dos dois suspeitos, indicando que um deles, Said Kouachi, tinha sido "reconhecido formalmente numa foto como agressor" e que várias buscas tinham sido feitas no seu domicílio de Reims, no nordeste do país.
O seu irmão, Chérif, que foi condenado em 2008 por envolvimento no envio de combatentes para as fileiras da Al-Qaida no Iraque, foi descrito pelos seus conhecidos como "violentamente antissemita", adiantou o ministro.
Armados, com capacetes, de uniforme negro, os agentes patrulham as estradas, controlam os veículos e fazem buscas nos jardins das casas e nas ruas das localidades, como mostram as imagens difundidas pelas cadeias televisivas.
Há ainda helicópteros a sobrevoarem a zona, situada a 80 quilómetros a norte de Paris, onde foram detetados os irmãos, Chérif, de 32 anos, e Said, de 34 anos, de origem argelina, suspeitos do pior atentado cometido em França nos últimos 50 anos.
Um atentado que causou 12 mortos em Paris e que, sem ter sido até agora reivindicado, foi hoje saudado pelo grupo Daesh, designado Estado Islâmico, cuja rádio qualificou como "heróis" os autores do massacre.
Os dois irmãos, que já estavam referenciados nos serviços antiterrorismo, foram detetados na manhã de hoje pelo gerente de uma estação de serviço a sul de uma pequena vila da região, Villers-Cotterêts.
Aparentemente, os fugitivos não possuíam viatura, mas as buscas policiais, que estão a ser feitas numa zona cuja área tem algumas centenas de quilómetros quadrados, e é muito florestal, arrisca-se a ser longa e complicada.